Um integrante do Movimento Boca de Rua classificou o local como “uma ratoeira”, quando se referiu ao uso de um cadeado na porta. Além de muitos questionamentos para onde ir passar a noite.
A deputada federal Daiana Santos (PCdoB/RS) relatou a tristeza de escutar tantos relatos dolorosos dos moradores. Daiana, que também é presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal, destacou a importância de fazer uma fiscalização adequada para apurar as condições sub-humanas, diante de inúmeros relatos de violações. “Por que o espaço era mantido fechado e sem possibilidade de entrar e sair?”, questionou.
“Por que tem um valor, que é muito considerável de recurso público investido isto? Queremos colocar a responsabilidade em cima do gestor público, que neste momento está à frente da prefeitura de Porto Alegre”, acrescentou.
Ela também lembrou, assim como outros políticos presentes no encontro, que, em um período recente, ocorreu um incêndio que vitimou uma mulher e nada foi feito. Daiana citou que na época em que era vereadora realizou fiscalizações de alguns destes espaços e, na irregularidade, pediu explicações do município e estas nunca chegaram.
Oliboni questionou que “em tese” foi feito um contrato da prefeitura sem fazer exigência da empresa, por exemplo, o Plano de Prevenção Contra Incêndio (PPCI). “Não se pode fazer um convênio que coloque o dinheiro público e, ao mesmo tempo, coloque em risco a vida das pessoas. Este estabelecimento era para dar segurança. Há uma contradição”, explicou.
Outra questão, segundo o vereador, é a interpretação da Lei de Liberdade Econômica, que há muitos anos, inclusive, foi apresentada pelo então vereador Ricardo Gomes, hoje vice-prefeito de Porto Alegre. “Por que essas entidades estavam isentas de apresentar o PPCI ou de determinadas licenças de regulação? Segundo Oliboni, os relatos destacam um enorme descaso com a pousada Garoa, com alimentação péssima, ratos circulando, com porta com cadeado e principalmente, com a falta de controle destas pessoas.
“Não temos os nomes destas pessoas e a informação, até o momento, é de que as vítimas ainda não puderam ser identificadas. Temos que elucidar todas estas questões para poder esclarecer o poder público e os órgãos competentes, que tem até o poder de polícia, fazer as ações que são pertinentes ao caso”, disse.