O ex-deputado federal e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Novo), anunciou, nesta sexta-feira 3, a desistência da candidatura ao cargo de prefeito de Curitiba.
Em nota, Deltan alegou que a decisão decorre da necessidade de focar em outro projeto político.
“Depois de muito orar e refletir, sinto que minha missão neste momento vai além de Curitiba e que posso contribuir de modo mais amplo para a renovação política, ajudando a formar e eleger bons candidatos Brasil afora”, escreveu o político cassado.
“Servir nunca foi ou será sobre ocupar um cargo. Não buscamos um cargo, mas uma transformação. O cargo é apenas um possível meio ou instrumento. Servir é sobre fazer a maior e melhor diferença onde ela é mais necessária. É sobre dar a sua melhor contribuição e eu entendo que a minha agora é essa”, completou o ex-deputado no comunicado.
No comunicado, ele diz que vai se dedicar a viagens pelo Brasil para participar de campanha de outros candidatos do Partido Novo.
Em maio de 2023, o ex-parlamentar teve o seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral, com base na Lei da Ficha Limpa. Segundo a Corte, ele teria deixado seu cargo no Ministério Público Federal para escapar de possíveis punições administrativas.
A decisão de cassação, no entanto, deixou dúvidas sobre a sua elegibilidade para o pleito de 2024. O plano era que o ex-deputado registrasse sua candidatura e só depois enfrentasse uma disputa judicial para poder concorrer.
Na pesquisa mais recente, Deltan aparecia empatado tecnicamente com outros dois candidatos: o bolsonarista Paulo Martins (PL) e o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Ele aparecia, no levantamento da AtlasIntel, numericamente na dianteira da disputa.
O anúncio da desistência da candidatura nesta sexta-feira chama a atenção justamente pelo resultado.
Nos bastidores, circula a possibilidade de que Deltan se junte a Pimentel, um dos seus principais concorrentes. A hipótese ganha força pela coincidência temporal entre o anúncio e uma reunião de Deltan com o vice-prefeito. Eles estiveram juntos na terça-feira.
Não está descartada, também, uma aliança com o candidato bolsonarista. Desde que foi cassado, Deltan tem se aproximado cada vez mais de nomes da extrema-direita. Na própria coletiva concedida após sua cassação, ele estava cercado por políticos como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Julia Zanatta (PL-SC).