Terceira cidade mais populosa do Rio Grande do Sul, Canoas enfrenta uma grave situação após a enchente que atingiu o município, deixando mais de 100 mil desabrigados. Na quinta-feira (16), a prefeitura iniciou a instalação de bombas nas regiões dos diques dos bairros Mathias Velho e Rio Branco para retirar a água da região oeste de Canoas. As bombas menores, que operam 24 horas, são provenientes de parcerias com o empresariado local.
Neste sábado (18), no bairro Mathias Velho, já era possível observar o recuo da água. Apesar do nível ainda estar alto, a água havia baixado em alguns pontos da região. Com isso, algumas famílias que já conseguem entrar em suas residências, avaliam os estragos e começam a limpeza dos locais tomados por lama, lixo e restos de móveis.
Conceição de Jesus Pinto, morador do bairro, deixou sua residência no dia 4 de maio. “São 14 dias fora de casa. Eu morava com minha filha de quatro anos, que é autista, e minha esposa. Não deu tempo de pegar nada, porque o dique invadiu rápido”, comenta. Hoje, Conceição e sua esposa tentam limpar a casa e salvar o que sobrou. “A água baixou bastante aqui. Conseguimos entrar e tentar organizar o pouco que restou, mas estamos sem água e não conseguimos fazer muita coisa”, relata Conceição.
Próximo dali, uma das bombas já estava em funcionamento. Paulo Ricardo Rodrigues, funcionário de uma das empresas locais que atua junto à prefeitura, está diariamente no local acompanhando a situação. “Quando chegamos aqui na quinta-feira à noite, as placas de trânsito estavam debaixo d’água. Agora conseguimos ver parte delas”, comenta
No bairro Mathias Velho, água recua na rua Curitiba, ponto em frente ao dique que transbordou. Imagem: Larissa Fernandes/Especial/JC
No acesso ao bairro Mathias Velho, o viaduto no fim da rua Rio Grande do Sul ainda é o ponto de encontro dos grupos de resgate. Alguns barcos chegam ao local carregando animais recém-resgatados. Outras embarcações cobram para levar moradores até suas casas, na esperança de salvar alguns objetos pessoais ou verificar se a água já baixou, permitindo que possam retornar aos seus lares.