O Tú Cantina, conta a empreendedora, segue a inspiração uruguaia. Entre os lanches, o destaque são as medialunas, que têm versão salgada recheada com frango e queijo uruguaio, que custa R$ 18,00, e com doce de leite, que sai por R$ 16,00. A nova versão da operação conta também com prato do dia, que sai por R$ 36,00. “Por enquanto, tem sido bife à milanesa com batata frita, que é o que temos força de estoque. Essa semana também vai sair pancho. Seguiu a tendência uruguaia, só está mais simples e com preço mais razoável para meio-dia“, pondera Sophia.
A ideia da empreendedora é que a operação diurna seja temporária. “Imagino ficar de um a dois meses com esse projeto. O frio pesado vai vir agora, isso espanta um pouco as pessoas da noite, então vou abraçar a ideia por no máximo dois meses”, diz Sophia, que seguirá com a colaboração entre os negócios. “Vamos continuar servindo o café enquanto estivermos diurnas. Enquanto existir Tú Cantina, vai ter Moa aqui dentro”, garante sobre a venda de cafés, que é 100% revertida para a operação do Centro Histórico. Além disso, ela destaca que a iniciativa é uma alternativa para o momento, já que a ideia é, assim que sentir que a cidade está mais segura, voltar para a operação noturna. “Foi pensado para continuar rodando, mas em segurança“, afirma.
Como uma empreendedora de Porto Alegre, Sophia avalia que as mudanças trazidas pelas enchentes ainda reverberarão nos negócios da Capital. “Sempre tive pretensão de ter outros negócios, agora já fico com medo, pensando como vão ser os próximos anos. Vi muitos amigos perdendo tudo e pensei que se talvez tivesse entrado água aqui, não abriria de novo. Nem por receio, mas é muito desgaste”, pondera sobre o cenário. “Vai ter o impacto disso nos próximos meses. Muita gente desempregada, muito negócio fechando e não reabrindo, as zonas esvaziando de novo. Acho que vai acontecer uma murchada de pessoas com gana e força para abrir negócios novos e diferentes”, acredita.
No entanto, encontrar alternativas, como o Tú Cantina, é uma estratégia para seguir o negócio mesmo em um momento tão adverso. A ideia, conta Sophia, foi abraçada pela clientela do bar e aproximou a operação de novos públicos. “Veio muita gente prestigiar. Clientes da noite vieram de dia. Mas o que é legal é a surpresa de quem nunca viu a gente de porta aberta passando e perguntando se somos novos, mas já estamos aqui há seis meses, mas operamos só de noite. É um jeito de manter vivo e, ao mesmo tempo, uma grande novidade. Sempre falo que Porto Alegre é uma cidade que é viciada em novidade, então é até bom mexer um pouco. A cidade mudou um pouco, a gente muda também”, reflete.