O presidente Lula (PT) convocou reitores de universidades e institutos federais para uma reunião em Brasília sobre a greve dos professores e as dificuldades orçamentárias das instituições. O convite foi confirmado a CartaCapital por três auxiliares do petista.
A reunião aconteceria nesta quinta-feira 6, no Palácio do Planalto. Contudo, por incompatibilidade com a agenda presidencial, foi remarcada para a segunda 10.
A paralisação dos docentes completou 50 dias nesta terça, um período marcado por idas e vindas nas negociações com o governo federal.
A principal reivindicação do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) é o reajuste de 7% no salário-base dos servidores ainda neste ano. Na semana passada, o Ministério da Gestão e da Inovação chegou a fechar um acordo com o Proifes, um dos representantes de professores das UFs e dos IFs.
Nos moldes da pasta chefiada por Esther Dweck, o governo se comprometeu com 9% de reajuste em janeiro de 2025 e 3,6% em maio de 2026, além de um aumento médio de 28% para a reestruturação das carreiras.
O arranjo, porém, foi suspenso por ordem da Justiça Federal em Sergipe. O principal argumento é que o Proifes não possui registro sindical e só representa 15% do total das instituições. Para o magistrado do caso, negociar apenas com uma entidade pode prejudicar os “direitos pleiteados pelo movimento paredista dos docentes que não são representados” por ela.
Nesta segunda, docentes e técnicos do MGI voltaram a se reunir para discutir um meio-termo. O governo tornou a ressaltar não ser possível atender às demandas da categoria, mas os sindicalistas cobraram uma nova rodada de negociação e chegaram a ocupar salas do ministério.
Os representantes do governo Lula, entretanto, cederam e marcaram um novo encontro para a sexta-feira 14. Hoje, pelo menos 63 universidades e institutos federais seguem em greve.