O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o compromisso de rediscutir os gastos do governo em meio às incertezas sobre os planos fiscais traçados pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Diante das críticas contra o ministro, Lula disse que, enquanto for presidente, Haddad “jamais” ficará enfraquecido no cargo.
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O presidente disse ter solicitado ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, para que, na próxima semana, prepare uma reunião do conselho orçamentário para discutir o orçamento e os gastos do governo. “Acho que tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessário, você não tem que fazer”, comentou Lula, em coletiva de imprensa neste sábado, 15, na Itália, onde aconteceu a Cúpula do G7.
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Lula afirmou, contudo, que o governo não irá fazer ajuste que afete a população mais pobre. A fala ocorre em meio à possível alternativa do governo de limitar a correção de pisos de Saúde e Educação.
‘Problema deles’
O presidente disse ter falado a Haddad que a questão da desoneração não é mais um problema do governo. “Os que ficam criticando o déficit fiscal, os gastos do governo, são os mesmos que foram ao Senado aprovar a desoneração a 17 grupos empresariais. E que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer”, afirmou o petista.
“Eu disse a Haddad: Não é mais problema do governo, é problema deles. Agora, os empresários que se reúnam, discutam e apresentem ao ministro da Fazenda uma proposta de compensação”, comentou.
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Em meio às críticas recebidas por Haddad nos últimos dias, após a devolução de parte da Medida Provisória (MP) do PIS/Cofins, Lula reiterou a permanência do chefe da Fazenda no cargo. “Haddad jamais ficará enfraquecido enquanto eu for o presidente da República, porque ele é meu ministro da fazenda, escolhido por mim e mantido por mim”, disse. “Se o Haddad tiver uma proposta de compensação, ele vai me procurar essa semana e discutir economia comigo.”
Lula também afirmou que a questão do déficit fiscal brasileiro é tema recorrente dos jornais, mas “ninguém” fala da taxa de juros acima de 10% “num país com inflação de 4%”.
“Pelo contrário, fazem uma festa com o presidente do banco central em São Paulo. Novamente, os que foram na festa devem estar ganhando dinheiro com a taxa de juros.”
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, foi homenageado na segunda-feira, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, e posteriormente participou de um jantar oferecido pelo governador Tarcísio de Freitas, que é visto como um potencial candidato da direita para as eleições de 2026.
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Desde agosto, as taxas de juros brasileiras caíram 325 pontos base, para 10,50%, enquanto a inflação anual atingiu 3,93% em maio, em comparação com a meta oficial de 3%. A próxima reunião de definição de taxas acontecerá de 18 a 19 de junho.
Na fala, Lula reiterou o compromisso de, até o final de seu mandato, fazer a economia brasileira chegar a 6ª maior no mundo.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)