As principais centrais sindicais brasileiras promovem, na manhã desta terça-feira 18, um protesto contra as altas taxas de juros no Brasil na porta da sede do Banco Central (BC), em São Paulo.
A manifestação dos sindicalistas na Avenida Paulista ocorre no momento em que o Comitê de Política Monetária (Copom) está reunido no local para decidir sobre o novo patamar da taxa Selic.
Atualmente, o patamar da Selic, que dita a taxa básica de juros praticada no País, está em 10,5% ao ano, considerada pelas centrais como um ‘obstáculo na produção brasileira e na geração de empregos’. O argumento principal para a afirmação é que o atual patamar da Selic inibe o consumo.
Apesar do protesto, o mercado financeiro tem projetado que o índice ficará estagnado até o final de 2024. A projeção consta no boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira 17 pelo BC.
A indicação do Copom dada na última reunião também não aponta para o rumo cobrado pelas organizações sindicais. A tendência sinalizada é de que a taxa permaneça em 10,5% ao final dessa reunião. A projeção mais otimista indica um corte de apenas 0,25%, reduzindo o ritmo adotado nos últimos meses, de 0,5 ponto percentual.
Mais cedo, o próprio presidente Lula (PT) tratou do tema em entrevista à rádio CBN. Em meio a duras críticas a Roberto Campos Neto, presidente do BC, Lula reverberou as mesmas cobranças das centrais em favor de uma queda nos juros.
Segundo o petista, o BC, sob o comando de Campos Neto, seria a ‘única coisa desajustada no País’.
“Não tem explicação a taxa de juros estar como está”, disse ele após criticar a atuação política do chefe do banco.