A Polícia Federal do Brasil pediu à Justiça da Espanha a extradição de Miguel Gutierrez, ex-CEO das Americanas, preso em uma operação que investiga fraudes contábeis na empresa.
Ele foi preso na última quinta-feira 27, após se tornar foragido da Justiça brasileira e ter seu nome incluído na difusão vermelha da Interpol.
Especialistas pontuam que a extradição pode não acontecer, visto que Gutierrez possui cidadania espanhola e o país europeu não extradita seus cidadãos.
Apesar disso, o pedido deverá ser analisado pela Justiça, que levará em conta, entre outros quesitos, a gravidade do crime, e se a nacionalidade estrangeira foi obtida antes ou depois do crime praticado.
“A partir dessa análise que nós vamos poder entender os caminhos: se é da possibilidade da extradição, em que pese a dupla cidadania, ou até mesmo do cumprimento da pena na Espanha de acordo com as normas espanholas”, diz Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, ao Jornal Nacional.
Nos próximos dias, a Justiça espanhola deverá decidir se mantém a prisão do ex-CEO ou se determina outras medidas cautelares substitutas à detenção.
Além de Gutierrez, a operação ainda determinou a prisão da ex-diretora da empresa, Anna Christina Ramos Saicali, que continua foragida. A suspeita é de que ela esteja em Portugal.
A dupla deixou o Brasil após início das investigações que apurar um rombo financeiro de 25 bilhões de reais nas contas da empresa.