A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou em depoimento ao Supremo Tribunal Federal que perseguiu um homem a mão armada no centro de São Paulo, na véspera do segundo turno de 2022, após supostamente ter ouvido um tiro e visto um “volume na cintura” do rapaz.
Ela prestou esclarecimentos à Corte no âmbito de uma ação penal na qual é ré por porte ilegal de arma. O teor do depoimento foi revelado pela jornalista Andreia Sadi, colunista do G1.
Durante a oitiva, Zambelli afirmou que estava com um amigo policial à paisana e disse ter sido alvo de ofensas do jornalista Luan Araújo antes da confusão. Ainda segundo o relato da deputada, a discussão foi interrompida por um barulho de tiro. Ela relatou ter visto o amigo PM quase caído no chão e teve “certeza absoluta” de que o disparo partiu de Luan.
“Nesse momento eu me dei conta do tiro e de que Valdeci [Silva de Lima Dias, seu amigo policial] estava caindo. Então, na hora eu liguei uma coisa com a outra”, disse. “Até porque o Luan ele tinha um volume, mas outro rapaz também tinha um volume na cintura, o outro rapaz não conseguia identificar, mas o Luan principalmente tinha uma um volume bem grande na cintura”.
O disparo, contudo, partiu do policial. Depois disso, ela sacou a arma e perseguiu Luan pelas ruas dos Jardins, na capital paulista. Nas imagens que viralizaram nas redes sociais, é possível ver pessoas correndo e a bolsonarista com a arma em punho, entrando em uma lanchonete e ordenando, aos gritos, que Luan se deitasse no chão.
No depoimento, Zambelli ainda afirmou que naquele dia estava em um restaurante com o filho e o amigo PM, e teria sido ofendida pelo jornalista ao deixar o local. Segundo ela, o rapaz teria proferido xingamento, feito gestos com mãos no peito e dito “te amo, espanhola”.
O termo, explicou a bolsonarista, foi utilizado pela ex-deputada Joice Hasselmann após as duas romperem a amizade e faz referência a protistuição.