O ex-deputado federal e atual presidente da Embratur, Marcelo Freixo, afirmou, em entrevista à CNN, que a morte de Marielle Franco é um crime contra a democracia.
“Quando uma pessoa que pensa diferente, ela é assassinada, você tem a morte da política, da natureza política, da razão de ser da política…por isso que é um crime contra a democracia. Não é um crime contra a democracia porque mataram a Marielle, é um contra a democracia porque mata a diferença”, afirma Freixo.
Segundo Freixo, as prisões da operação deste domingo, não revelou apenas sobre o caso Marielle, mas também sobre o funcionamento do do Rio de Janeiro em relação as milícias.
“O Rio de Janeiro que é o Rio de Janeiro das milícias, é o Rio de Janeiro de seis governadores afastados (…) A milícia nasce do poder, a milícia nasce do palácio, a milícia nasce na relação que a política se utiliza da polícia para dominar territórios, para fazer com que seus interesses econômicos de extorsão das pessoas mais pobres se transformem também em um projeto político de reduto eleitoral, então é uma máfia que compromete a política e é isso que leva a Marielle à morte, então é algo muito revelador do Rio de Janeiro”, afirma Marcelo.
Rio de Janeiro x Milícias
O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, afirmou que o motivo da execução da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, está relacionado à atuação da milícia na disputa por terras no Rio de Janeiro.
“No mesmo sentido, apontam diversos indícios do envolvimento dos Brazão, em especial de Domingos, com atividades criminosas, incluindo-se neste diapasão às relacionadas com milícias e grilagem de terras. E, por fim, ficou delineada a divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e defesa do direito de moradia.”
Em outro trecho do documento da PF, diz que Rivaldo Barbosa fez uma exigência de que a execução não fosse em trajeto de deslocamento para Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
“Tal exigência tem fundamento na necessidade de se afastar outros órgãos, sobretudo federais, da persecução do crime em comento, de modo a garantir que todas as vicissitudes da investigação fossem manobradas por Rivaldo”, diz relatório.
Freixo diz que quando presidiu a CPI das Milícias em 2008, a síntese era “crime, polícia e política não se separam no Rio de Janeiro”.
“Quando chega em 2024 e o caso da Marielle é solucionado, ou pelo menos, é apresentado a sua solução, onde você tem um membro do Tribunal de Contas, um deputado federal, que foi vereador e um chefe da polícia, fora todos os desdobramentos que nós teremos para baixo, Crime, polícia e política não se separam no Rio de Janeiro”, afirma o presidente da Embratur.
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