O governo federal convocou nesta segunda-feira (25) o embaixador da Hungria no Brasil, Miklós Halmai, para explicar a estada do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede da embaixada, entre 12 e 14 de fevereiro, revelada pelo jornal americano The New York Times. Ele ficou hospedado no local depois de ter o passaporte apreendido pela Polícia Federal.
Halmai foi recebido no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores, pela secretária de Europa e América do Norte, embaixadora Maria Luísa Escorel. A reunião ocorreu nesta noite e durou cerca de 20 minutos.
Ida de Bolsonaro à embaixada
Bolsonaro teve o passaporte retido pela PF em 8 de fevereiro. Quatro dias depois, o ex-presidente estava na porta da Embaixada da Hungria, esperando para entrar nas dependências, conforme mostram imagens da câmera de segurança da estrutura do governo húngaro. O ex-chefe do Executivo federal estava acompanhado de dois seguranças.
Pelas imagens obtidas pelo jornal, é possível ver que Bolsonaro chegou ao local na noite de segunda-feira (12) e partiu na tarde de quarta-feira (14).
Defesa de Bolsonaro
A defesa do ex-presidente disse que a estadia dele na Embaixada da Hungria ocorreu para manter contatos com autoridades do país e para atualizar os cenários políticos das duas nações. Segundo os advogados, o ele ficou hospedado a convite.
“O ex-presidente da República Jair Bolsonaro passou dois dias hospedado na embaixada da Hungria em Brasília para manter contatos com autoridades do país amigo. Como é do conhecimento público, o ex-mandatário do país mantém um bom relacionamento com o premier húngaro, com quem se encontrou recentemente na posse do presidente Javier Milei, em Buenos Aires”, disseram os advogados, em nota.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo, atualizando os cenários políticos das duas nações”, completaram os advogados do ex-presidente.
A defesa diz ainda que “quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news“.