O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), pediu a revogação da sua prisão preventiva ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta terça-feira 23.
O militar foi preso há um mês por ordem do magistrado, após criticar em áudios o modo como sua delação premiada foi conduzida pela Polícia Federal.
Na ocasião, Moraes entendeu que Cid teria descumprido as medidas cautelares impostas pelo STF e agido para obstruir as investigações, porque não preservou o sigilo de sua colaboração.
Antes de ser preso, o tenente-coronel prestou explicações ao Supremo sobre os áudios, revelados pela revista Veja. Nas gravações, ele afirmou ter sido pressionado a relatar coisas que não aconteceram e disse que assuntos jamais abordados constariam da delação.
No pedido enviado a Moraes, os advogados de Cid negam ter havido qualquer tentativa de embaraço às investigações e sustentam que a prisão é “desnecessária”.
Mauro Cid é considerado uma das principais peças da apuração sobre a trama golpista de 2022, envolvendo Bolsonaro, ministros de seu governo e integrantes das Forças Armadas. A delação premiada foi firmada em setembro passado e segue sob sigilo.
O ex-ajudante de ordens foi preso pela primeira vez em maio de 2023, no âmbito da operação sobre a fraude em cartões de vacinação de Bolsonaro, parentes e assessores. Ficou detido por seis meses e deixou a cadeia após acertar a colaboração.
Ao libertá-lo, contudo, Moraes impôs algumas medidas cautelares, a exemplo do uso de tornozeleira eletrônica, do cancelamento de passaportes e de restrições a viagens. Cid também ficou impedido de se comunicar com outros investigados e foi obrigado a se apresentar semanalmente à Justiça.