O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu que vai comparecer à manifestação convocada pelo pastor Silas Malafaia para o dia 7 de setembro, na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ato foi planejado após as reportagens publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo, na semana passada, dando conta de supostas irregularidades na atuação de Moraes à frente dos inquéritos envolvendo bolsonaristas no STF.
As reportagens revelam que Moraes teria usado métodos “informais” para obter provas que incriminassem Bolsonaro e aliados. O jornal teve acesso a mais de 6 gigabytes de arquivos e diálogos por mensagens, trocadas de forma não oficial, que revelariam um fluxo fora do rito tradicional envolvendo o STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para abastecer o chamado inquérito das “fake news”.
Alguns auxiliares próximos de Bolsonaro recomendaram que o ex-presidente não comparecesse à manifestação do dia 7, para não acirrar os ânimos com Moraes e o Supremo. Outra corrente de bolsonaristas avalia que o ex-mandatário tem de ir ao ato na Paulista, que deve reunir um grande público, segundo os organizadores.
A confirmação de sua participação foi feita pelo próprio Bolsonaro, em entrevista ao jornalista Igor Gadelha, do Metrópoles.
A notícia da participação do ex-presidente no ato contra Moraes foi recebida sem surpresas pelos ministros do STF, que entraram em alerta. Há o temor de que Bolsonaro possa descumprir alguma das medidas restritivas impostas a ele no âmbito das investigações de que é alvo na Corte.
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Nos bastidores, comenta-se que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem bom trânsito com ministros do Supremo, seria o encarregado de tentar contemporizar e aliviar a situação de Bolsonaro no tribunal, atuando como “bombeiro”.
Na semana passada, parlamentares que fazem oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciaram que começaram a colher assinaturas para apresentar um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
De acordo com o grupo, que tem como porta-voz o senador Eduardo Girão (Novo-CE), o ministro do Supremo cometeu “uma série de abusos de poder”.
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A expectativa dos senadores oposicionistas é coletar assinaturas justamente até o dia 7 de setembro e protocolar o pedido de impeachment de Moraes no dia 9. Cabe ao Senado analisar eventuais pedidos de impedimento de ministros do Supremo.