Seis jogos, seis derrotas. A empolgação com a rara presença de tantos tenistas brasileiros nas chaves principais de simples do Aberto da França deste ano, a maior participação do País desde 1988, deu lugar à frustração com a eliminação de todos na primeira rodada. Nesta terça-feira (28), o derradeiro na disputa, Felipe Meligeni Alves, 136º do ranking mundial, despediu-se com uma derrota para o norueguês Casper Ruud, sétimo do mundo, por 3 sets a 0, parciais de 6/3, 6/4 e 6/3.
Felipe, 26, sobrinho de Fernando Meligeni, que foi semifinalista de Roland Garros em 1999, teve alguns bons momentos. Arrancou aplausos da torcida na Philippe-Chatrier, a quadra central do complexo. Mas não resistiu à maior categoria do adversário. Ruud, 25, foi finalista do torneio nas duas últimas edições, perdendo para duas lendas do esporte, o espanhol Rafael Nadal e o sérvio Novak Djokovic.
Para o atleta de Campinas, o tênis brasileiro vive um momento muito bom, apesar dos resultados na capital francesa. “Está todo o mundo jogando em um ótimo nível. Não é à toa que todo o mundo está neste lugar. A gente ainda vai fazer muito estrago no circuito”, previu.
A maioria das derrotas era esperada, uma vez que o sorteio colocou cinco dos seis brasileiros diante de adversários mais bem ranqueados. Thiago Wild, melhor brasileiro no masculino (58º), perdeu para o ídolo local Gael Monfils (38º) em quatro sets (6/2, 3/6, 6/3 e 6/4). Thiago Monteiro (84º) caiu diante do sérvio Miomir Kecmanovic, 55º da lista, por 3 sets a 1 (6/2, 6/1, 4/6 e 7/5).
Gustavo Heide (174º), em seu primeiro Grand Slam, levou ao quinto set o número 20 do mundo, o argentino Sebastián Báez (4/6, 6/3, 6/1, 4/6 e 6/3). E Laura Pigossi (119ª) chegou a liderar por 4/0 no terceiro set, mas sucumbiu contra a 20ª do ranking feminino, a revelação ucraniana Marta Kostyuk, de 21 anos, que fez 2 sets a 1 (7/5, 6/7 e 6/4).
O revés inesperado foi a derrota de Beatriz Haddad Maia, cabeça de chave número 13 e 14ª do ranking, surpreendida pela italiana Elisabetta Cocciaretto, número 51 do mundo (3/6, 6/4 e 6/1). Bia foi semifinalista de Roland Garros no ano passado. “Agora vou recuperar meu corpo, minha cabeça, voltar para casa e tentar voltar melhor na grama”, disse a brasileira, referindo-se aos torneios que antecedem o próximo Grand Slam, em Wimbledon, no Reino Unido, dentro de um mês.
Alguns dos brasileiros eliminados em Roland Garros terão a chance de se redimir nas mesmas quadras dentro de apenas dois meses, no torneio olímpico de tênis. Laura Pigossi tem vaga garantida graças à conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, em 2023. Medalhista de bronze no mesmo Pan, Thiago Monteiro deve ser beneficiado pela provável desistência do medalhista de ouro em Santiago, o argentino Facundo Díaz Acosta, por lesão.
Como os 56 primeiros dos rankings masculino e feminino têm lugar garantido (até o limite de quatro jogadores por país), Bia Haddad já pode se considerar classificada, mesmo perdendo muitos pontos por não ter repetido o bom desempenho do ano passado em Roland Garros.