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Conab projeta aumento de 45,3% na produção de grãos no Estado

Conab projeta aumento de 45,3% na produção de grãos no Estado



Na contramão da tendência nacional, o Rio Grande do Sul deverá confirmar aumento na produção de todas as principais culturas agrícolas no atual cultivo e colher 45,3% a mais que na safra passada. A projeção é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que nesta quinta-feira (11) apresentou o 7º Levantamento da Safra 2023/2024.

Conforme a estatal, a projeção é de uma colheita 8% menor no País, com 294,1 milhões de toneladas de grãos. Já os produtores gaúchos podem levar para os armazéns 40,9 milhões de toneladas, ante as 27,5 milhões da safra passada. Se confirmado, o resultado colocará o Rio Grande do Sul na 2ª posição no ranking nacional, ultrapassando o Paraná.

No Estado, a área total destinada ao plantio cresceu 0,4%, chegando a 10,34 milhões de hectares. Desses, 6,6 milhões são de soja, 1,8% maior que na semeadura anterior. E a sinalização é de um resultado de 21,89 milhões de toneladas, alta de 68,1%.

“Essa recuperação coloca o Estado na posição de segundo maior produtor do grão no País, ficando atrás apenas de Mato Grosso,”, afirmou o presidente da Conab, Edegar Pretto.

O Rio Grande do Sul também deve colher 5,1 milhões de toneladas de milho (+37,5%), numa área plantada 2% menor, totalizando 814,9 mil hectares. No trigo, serão 4,3 milhões de toneladas (+51,1%), em 1,4 milhões de hectares (-6,5%). A previsão é de 7,4 milhões de toneladas de arroz (+7,8%), em 900,6 mil hectares (+4,4%), além de 77,8 mil toneladas de feijão (+10%), em 48,5 mil hectares (+1,9%).

“Após duas safras consecutivas de perdas na produção de algumas das principais culturas no estado, as condições da safra atual têm sido significativamente melhores e devem fazer com que a produção, em especial de soja, milho e feijão, retorne a patamares dentro da normalidade”, destacou Pretto.

De acordo com o gerente de Acompanhamento de Safras da Conab, Fabiano Vasconcellos, o principal responsável pela diferença de performance entre o Rio Grande do Sul e o restante do País foi o El Niño.

“O fenômeno climático provocou temperaturas mais altas e derrubou o rendimento em lavouras importantes, especialmente de Mato Grosso, São Paulo e do Paraná. O impacto foi bastante prejudicial à soja e ao milho. No Rio Grande do Sul, as chuvas em abundância na primavera e no início da semeadura, porém, não chegou a comprometer. Ainda assim, essa deve ser a segunda maior safra desde o início da série histórica, em 1997/1998”.

Ao todo, nos 78,9 milhões de hectares plantados no Brasil, a Conab projeta 146,5 milhões de toneladas de soja (-5,2%), outras 110,9 milhões de toneladas de milho (-15,9%), sendo 85,6 milhões de toneladas na segunda safra – cuja semeadura está praticamente encerrada – e 9,7 milhões de toneladas de trigo (+22%). No arroz, deverão ser 10,5 milhões de toneladas (+4,4%), além de 3,2 milhões de toneladas de feijão (+5,8%).

Edegar Pretto destacou o aumento na área semeada com arroz e feijão. “O governo federal tem se dedicado muito ao aumento da produção de alimentos do nosso País, e o feijão e o arroz estão nas nossas prioridades. Há 12 anos a área plantada de arroz e feijão só diminuiu. E agora, nesta safra 2023/2024, estamos tendo uma reação positiva”.

A força do agronegócio brasileiro também se traduz pelo crescimento linear de 3,6% ao ano na produção de grãos, desde a safra 2014/2015, observou o diretor do Departamento de Análise Econômica e Políticas Públicas do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Silvio Farnese. Ele também explicou que o governo vem trabalhando a ampliação da produção de trigo Centro-Oeste.

“É uma preocupação, um desejo que tem sido trabalhado aqui no Ministério de aumentar a área de trigo nessa região, tirando essa dependência exclusiva da produção na região Sul. Até por questões estratégicas, considerando que pode haver uma situação climática, e aí teria um aumento de importações no Brasil, sendo que nós temos estrutura para a produção no Centro-Oeste. Inclusive, com variedades extremamente produtivas e com um nível de qualidade excelente, onde proteína é acima de 12, e é suficiente para a produção para o consumo brasileiro”.



Fonte: Jornal do Comércio

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