Dois dias intensos, com muito conteúdo, insights, experiências e networking. Assim foi o Construsummit 2022 e já estamos com saudades de casa. O evento, promovido pelo Sienge e pelo CVCRM-Sales Builder, movimentou o mercado e destacou a integração da cadeia de construção civil como uma oportunidade de alavancar o crescimento, a evolução e a transformação do setor.
Afinal, uma relação conectada em todos os pontos está diretamente ligada à eficiência, à produtividade e aos ganhos financeiros. Confira a seguir os principais destaques do primeiro dia do Construsummit 2022. Boa leitura!
Censo econômico e influência de fatores externos
O cenário atual da construção civil brasileira foi o tema de abertura do Plenário, abordado pelo presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins. Os custos materiais, a capacidade de vendas, as incertezas políticas para além da conjuntura internacional têm sido apontados como os principais desafios atuais e que influenciam as perspectivas do setor.
Apesar desse contexto, o executivo elogiou as empresas ‘ capacidade de se adaptar diante das adversidades impostas pela pandemia e de como o setor conseguiu se manter em crescimento mesmo em meio à crise. Ele também elenca características importantes para que as construtoras e incorporadoras enfrentem o que está por vir.
” Profissionalização, melhoria tecnológica e investimento em gestão. As coisas mudaram e quem não perceber vai acabar com o mundo para eles. Estamos em uma transição geracional “, frisou Martins.
Na sequência, em um painel que contou com as presenças CBIC, Abecip e Abramat, executivos discutiram caminhos das empresas para planejar em meio ao cenário macroeconômico incerto.
” Um dos efeitos dessa pandemia foi a capacidade de unir todos os elos da cadeia do setor e este engajamento facilitado para mudanças. Vamos aproveitar isso para fazer um diagnóstico baseado em dados, discutir ideias e coletar mudanças “, destacou Rodrigo Navarro, presidente da Abramat.
Ieda Vasconcelos, Economista Chefe do CBIC
O plenário também abordou análises e perspectivas econômicas do setor com a palestra de Ieda Vasconcelos, economista-chefe do CBIC; e o financiamento no mercado imobiliário sob a perspectiva de Sandro Gamba, Diretor de Negócios Imobiliárias do Banco Santander.
A importância da integração da cadeia de construção civil
De que forma o setor da construção civil se renova e se impulsiona para o aumento da produtividade com o apoio da tecnologia? Como a inovação pode ser um caminho para a transformação? E como começar essa jornada, sabendo que o setor ainda tem problemas históricos e estruturais que afetam essa virada chave?
De acordo com Guilherme Quandt, CMO da Sienge, é essencial que o setor cede para ver as ferramentas e os processos de formas isoladas e comece a entender como integrar todo o fluxo, desde o pré até o pós-trabalho.
Guilherme Quandt destacou a importância da integração da cadeia de construção civil
” É preciso uma transformação cultural. Discuta melhor os processos, traga a indústria e o financeiro para o jogo também. Ao riar soluções específicas para cada demanda no sistema de gestão, a empresa começa a perceber os benefícios de fazer parte de um ecossistema de negócios, ” Quandt disse.
Painel destaca a integração da cadeia de suprimentos na construção
A integração da cadeia de construção civil também foi objeto de debate mediado pelo próprio Quandt, que contou com as participações de:
- Luiz Gripp, Diretor de Operações da Collabo
- Roni Branco, Diretor Comercial e Marketing do Grupo Linear
- Igor Santana, Aplicativo Engenheiro em Tupy
Entre os principais desafios da indústria da construção e que causam baixa eficiência operacional, os participantes destacaram:
- Mais de 70% da compra de insumos ainda acontece no varejo;
- Não há padronização nas informações técnicas dos projetos;
- As bases de informações não estão integradas;
- Há pouco contato entre os atores envolvidos na cadeia;
- Falta uma projeção real sobre a demanda da construção civil.
“Ao promover os mesmos contratos diretos entre a indústria e os compradores e permitindo uma melhor projeção sobre os projetos em andamento, garantindo que as bases de informação sejam integradas e que os componentes sejam todos chamados de um mesmo nome, começamos a produzir um ambiente capaz de gerar resultados expressivos“, enfatizou Luiz Gripp, da Collabo.
Conteúdos Concorrentes
O primeiro dia do Construsummit 2022 também contou com conteúdos simultâneos, distribuídos no Sala Sienge (com temas relacionados à construção e engenharia) e no Room CV (dedicado ao mercado imobiliário). Os principais temas nessas trilhas foram:
- Ambiente regulatório: preparações necessárias para as novas legislações que entram em vigor em 2023, como o Marco Legal de Garantias e a Resolução 4909.
- Futuro do mercado imobiliário: reflexões sobre o Projeto Construção 2030, além das mudanças no Programa Casa Verde e Amarelo e o novo perfil do cliente pós-pandemia.
- Inovação na construção-canter: a realidade das construtoras utilizando gerenciamento de dados para tomada de decisão e debate sobre os singles digitais e integrados.
- Inovação no mercado imobiliário: tendências que vieram para ficar, como metaversos, tokenização de ativos, além das discussões sobre o perfil do cliente imobiliário do futuro.
- BIM: espaço para debate e divulgação de duas pesquisas sem precedentes sobre o tema: o BIM Maturimapping Mapping, uma iniciativa do Sienge em parceria com Grant Thornton e ABDI (Agência Brasil para o Desenvolvimento Industrial); e a Pesquisa de Digitalização em Engenharia e Arquitetura Nacional, conduzido por BIM Forum Brasil.
Cenário BIM no Brasil
O uso da metodologia BIM em obras públicas no Brasil tornou-se obrigatório. Assim, a implementação de modelos virtuais que permitem visualizar e entender melhor o projeto antes do início da execução está acontecendo de forma faseada nas empresas do setor. O potencial da metodologia para impulsionar a modernização do setor, inclusive como elemento de apoio para a integração da cadeia de construção civil, foi destaque na programação.
De acordo com a pesquisa realizada pelo BIM Forum Brasil, ainda temos três grandes desafios no que diz respeito aos processos e tecnologias digitais:
- Mais de 30% de os profissionais respondentes não costumam empregar ferramentas e / ou métodos específicos para o planejamento das atividades no início dos projetos;
- Sobre as soluções tecnológicas 3,0 e 4,0, apenas uma minoria dos profissionais de thes (37,9% e 25,5%, respectivamente) afirma possuir conhecimentos específicos sobre usos dessas tecnologias na atividade do setor;
- Falta de adoção de tecnologias digitais no dia a dia das atividades dos profissionais do setor.
” Existem barreiras muito comuns, especialmente relacionadas com o nível de maturidade e a própria tecnologia. Há muita oportunidade de capacitação e necessidade de conscientização em conjunto com o trabalho a ser feito, de forma colaborativa e por equipes multidisciplinares. O BIM ainda está sendo visto como uma modelagem da minha disciplina. Esta ainda é uma visão limitada do que BIM é verdadeiramente “, explicou Rodrigo Koerich, presidente do BIM Forum Brasil.
Mapping Vencimento BIM
O debate com Leonardo Santana, da ABDI, Erico Giovanetti, da Grant Thornton, e Rogério Suzuki, da BIM Forum Brasil, divulgou firmae a segunda edição do mapeamento da BIM Maturidade no país.
Mais de 470 profissionais de escritório de projetos, construtoras, gerentes e incorporadoras de todo o país participaram da pesquisa. Os resultados ainda apontam para um cenário de pouca adoção da tecnologia e da falta de incentivos financeiros para a capacitação dos funcionários como uma das principais barreiras na implantação do BIM.
Entre as principais conclusões do estudo estão:
- 59% das organizações se autoavaliaram em níveis iniciais de maturidade;
- 48% apontam o empoderamento dos profissionais como o principal desafio no uso do BIM;
- 63% avaliam ter o hardware adequado para utilização do BIM;
- 12% possuem procedimentos acessíveis aos funcionários, que os aplicam no dia a dia;
- 70% se veem trabalhando com BIM nos próximos anos;
- 73% das organizações que utilizam a metodologia estão concentradas nas regiões Sul e Sudeste.
“A maioria das empresas ainda está em estágio inicial de adoção do BIM e estão focadas mais no eixo de tecnologia e menos em pessoas e planejamento”, ressaltou Leonardo Santana, Analista de Produtividade e Inovação da ABDI.
Com relação às oportunidades e insights que o levantamento pode gerar, Erico Giovanetti, sócio da Grant Thornton, enfatizou o esforço em termos de empoderamento de pessoas, disponibilidade e incentivo à metodologia e processos.
” Como chegar lá? Qual o uso adequado que você vai fazer do BIM no processo de implementação? Há muito espaço nisso e muita oportunidade no mercado. As empresas enxergam em um horizonte de talvez dois ou três anos para chegar ao nível de maturidade e ao uso de 4,0 de tecnologia, ” ele acrescentou.
Conclusão
Você ficou curioso para conhecer o cenário atual da transformação digital na indústria da construção brasileira?
Por não cessar de conferir a Pesquisa sobre a Digitalização da Engenharia no Brasil, conduzida pelo BIM Forum Brasil. E também descubra todos os resultados, análises e recomendações do BIM Maturimapping no Brasil, realizado por Sienge, ABDI e Grant Thornton.
Quer se aprofundar ou discutir mais sobre a importância da BIM e a integração da cadeia de construção civil? Então acesse agora mesmo o Community Sienge!