O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) se defendeu da cadeia, por videoconferência, durante a sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados que analisa a sua prisão. Brazão está detido na penitenciária federal de Brasília, no complexo penitenciário da Papuda.
Suspeito de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, Brazão afirmou que tinha “uma relação muito boa com a vereadora”. “A gente tinha um ótimo relacionamento. Só tivemos uma vez um embate, onde ela defendia um particular interesse, que eu também defendia.”
O deputado, que ontem foi expulso do União Brasil, foi interrompido pela presidente da CCJ, Caroline de Toni (PL-SC), quando dizia: “eles tinham que olhar, na verdade, o resultado da CPI das milícias”.
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Chiquinho Brazão também era vereador do Rio de Janeiro na época em que Marielle e Anderson foram assassinados, em 14 de março de 2018. O político foi preso no domingo (24), junto com seu irmão Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), e Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
Decisão do STF
A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após delação premiada de Ronnie Lessa, o autor dos disparos. O ex-policial militar, que foi expulso da corporação devido aos assassinatos, entregou às autoridades os mandantes e as circunstâncias do atentado contra Marielle.
A decisão de Moraes foi referendada ontem pela Primeira Turma do STF, mas a Constituição Federal estabelece que um deputado federal só pode ser preso em flagrante delito de crime inafiançável, por isso a prisão precisa ser referendada pela Câmara.
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No ofício encaminhado à Câmara, Moraes afirma que o flagrante delito foi o crime de obstrução de Justiça em organização criminosa. A prisão precisa ser confirmada por maioria absoluta dos deputados, em votação aberta, no plenário.
Braga Netto
A nomeação de Rivaldo Barbosa para a chefia da Polícia Civil do Rio será investigada pela Polícia Federal (PF), segundo a GloboNews. Ele foi nomeado em 22 de fevereiro para o cargo pelo então interventor federal na segurança do Rio, o general Walter Braga Netto, e tomou posse em 13 de março de 2018. No dia 14, Marielle foi assassinada.
Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa no governo Jair Bolsonaro (PL), além de candidato a vice-presidente na chapa em que o Bolsonaro tentou a reeleição — e acabou derrotado pelo atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Até o momento, sete pessoas foram presas sob a suspeita de envolvimento no crime:
• Ronnie Lessa, apontado como o autor dos disparos;
• Élcio de Queiroz, que confessou ter dirigido o carro usado na execução e delatou Ronnie Lessa;
• Edilson Barbosa dos Santos, o “Orelha”, apontado como o responsável por desmanchar o caso usado no dia do assassinato;
• Suel, acusado de ceder um carro para Lessa esconder as armas usadas no crime;
• Domingos Brazão, deputado federal pelo Rio de Janeiro;
• Chiquinho Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ); e
• Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio.
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