Descrição enviada pela equipe de projeto. O terreno está localizado próximo a um santuário renomado, em um planalto em Yushima, Tóquio. Nos últimos anos, inúmeros hotéis na região foram substituídos por complexos de apartamentos, resultando uma rápida transformação do caráter da área. Duas complexidades do terreno foram os fatores significativos para o projeto: a sua forma e as condições de iluminação resultantes dos edifícios altos que o cercam em três direções. Ao envolver um volume curvo ao redor de um vazio central, cada unidade residencial obtém luz, vento e vistas.
O pátio no centro do prédio receberia pouca iluminação. Em nossos esforços para torná-lo mais acolhedor, implementamos três estratégias-chave para introduzir uma sensação de luz e abertura. Em primeiro lugar, minimizamos o número de corredores que seguem as curvas do pátio para reduzir a formação de sombras. Ao converter o final de cada corredor em uma unidade residencial tipo duplex, dividimos efetivamente os corredores. Em segundo lugar, criamos aberturas laterais voltadas para o pátio, servindo como varandas para áreas comuns e residências. Essas aberturas permitem que a luz e o ar entrem desde várias direções ao redor do pátio. Em terceiro lugar, aplicamos uma textura adequada para uma parede de 30 metros de altura para melhorar a percepção até da menor luz. Através da aplicação de materiais incomuns para o escoramento, visamos alcançar uma aparência linear, mas irregular.
Atualmente, o acesso ao pátio é limitado aos residentes. No entanto, considerando os desenvolvimentos na área e a vida útil esperada, o pátio foi projetado para evoluir a um espaço público no futuro, com atividades propostas como um espaço de coworking, loja, café ou mercado. O escoramento do pátio foi feito a partir de toras de cedro japonês provenientes do ‘Projeto Estação de Madeira’ na cidade de Sammu, Chiba. Esta iniciativa visa sustentar florestas saudáveis adquirindo madeira desbastada e resíduos florestais em um ponto de coleta conhecido como a ‘Estação de Madeira’.
Nos últimos anos, a indústria florestal tem enfrentado dificuldades atribuídas à proliferação de doenças fúngicas, resultando em troncos permanentemente sulcados e enfraquecidos. Ao encontrar valor nesses materiais, visamos fazer uma contribuição modesta às práticas florestais. Durante a construção, as toras foram cortadas em pedaços de 15 mm, mantendo a casca de um lado e fixadas em compensado para criar o escoramento. Essa técnica nos permitiu capturar as formas orgânicas e contornos das toras no concreto, resultando em um pátio onde diversas interações de luz e sombra acontecem.
No final, a marcação das fôrmas no pátio adiciona uma impressão de um espaço que se assemelha ao de uma igreja em ruínas, trazendo dinâmica a um espaço imponente destinado a permitir uma pausa no cotidiano de seus residentes e visitantes.