Viciados há mais de dez anos em baixo crescimento, os agentes do mercado e a mídia tremem na base quando a economia ameaça sair do marasmo, caso do primeiro trimestre, mas, segundo vários economistas, não há motivos para maiores preocupações. A inquietação vem do receio de que a capacidade instalada estaria atingindo seu limite, o que significa necessidade de novos investimentos, de que o mercado de trabalho está aquecido, portanto, com tendência de elevação dos salários, e a inflação de serviços mostra resiliência. Essa confluência, ao ver de alguns, é risco certo, ou quase certo, do desencadeamento de pressões inflacionárias de difícil controle.
No sentido oposto existem, porém, melhores condições de aumento do investimento e da oferta, com a depreciação superacelerada para bens de capital, o início da Nova Política Industrial e o aumento do investimento em várias frentes. É preciso considerar ainda que grande parte do receio provém da visão ortodoxa dominante no sistema financeiro e no Banco Central, de que diante do risco inflacionário é preciso desacelerar a economia por meio de um choque monetário, leia-se aumento de juros, e fiscal, isto é, com corte de gastos, isso tudo para reduzir a demanda por bens e serviços. Uma visão, é importante ressaltar, cada vez mais questionada, pelos fatos e no debate econômico, no País e no resto do mundo.