“A proteção animal é um tema caro à nossa gestão e também de saúde pública. Diante do aumento da demanda decorrente da enchente, estamos qualificando a estrutura de atendimento para dar o suporte necessário a esses resgates”, disse o prefeito Sebastião Melo.
As primeiras medidas foram tomadas neste sábado (18), com a convocação de todos os 25 profissionais médicos-veterinários do quadro de servidores concursados do Município alocados em diversos órgãos da prefeitura. Também foi autorizada a contratação emergencial de até 60 médicos-veterinários. Doze profissionais se apresentaram já no sábado e o restante será incorporado ao longo da semana. Esse primeiro grupo percorreu diversos abrigos, o que possibilitou a sua alocação nas estruturas, em revezamento por turnos.
Segundo a Secretaria de Administração e Patrimônio, está sendo preparada a contratação de até 1,5 mil profissionais de serviços gerais objetivando atender a demanda dos abrigos da cidade, dos centros de recebimento e distribuição de doações, bem como a necessidade de apoio dos animais abrigados.
Ainda no sábado, o GCA realizou um encontro com as principais ONGs, coletivos e protetores cadastrados de Porto Alegre. Foi fechado consenso quanto à necessidade de procedimentos de castração dos animais hoje sob a tutela do poder público e das entidades, desde que observado o seu quadro clínico. Um documento, assinado pelas protetoras presentes foi entregue à prefeitura, pedindo também a criação ou utilização de hospitais de campanha e a vinda de castramóveis de outros municípios e estados brasileiros, visando ampliar o volume de esterilizações.
Na manhã deste domingo (19) ocorreu a primeira reunião com os servidores convocados, explicando a metodologia de trabalho a ser adotada. Também pela manhã, representantes da força-tarefa participaram de uma reunião virtual coordenada pelo Governo do Estado e pelo Grupo de Resposta a Animais em Resgate (GRAD). No encontro foram debatidos temas como a unificação de protocolos de atendimento, mapeamento das demandas de cada município afetado, captação e alocação de recursos e a construção de uma política pública de curto e médio prazos, visando os períodos que sucederão a atuação em caráter emergencial.
“É urgente que se estabeleçam protocolos e se estruture uma rede de atendimento que venha a substituir a mobilização hoje existentes nos abrigos. O trabalho da prefeitura e das entidades da sociedade civil tem sido essencial, mas precisamos levar em consideração a desmobilização das estruturas que hoje acolhem pessoas e aninais. Neste contexto, a presença do poder público nas esferas estadual e federal é extremamente necessária”, salienta Fabiana Ribeiro, titular do GCA.
Estratégia unificada
A partir de agora, os municípios responderão a um questionário elaborado pelo GRAD, que permitirá o desenvolvimento de uma estratégia unificada. Após a devolutiva, caberá ao governo do Estado e elaboração de iniciativas que contemplem as cidades que hoje precisam lidar com a superpopulação de animais em custódia do poder público, ONGs, protetores e lares temporários.