A alta vigorosa do PIB, 1,4% no segundo trimestre, a segunda maior do planeta, é boa notícia, mas aumentou a chance de os juros, hoje em 10,5% ao ano, voltarem a subir na próxima reunião do Copom, no dia 17, ainda que a expansão da economia signifique também elevação da arrecadação e melhora da situação fiscal do governo, alvo de pressão ininterrupta do sistema financeiro. Economistas ouvidos por esta revista consideram inevitável a elevação da taxa básica em ao menos 0,25 ponto, não por causa da situação da economia, mas por motivos políticos, isto é, o cerco total ao governo Lula pela Faria Lima e o fato de a definição dos juros e o Banco Central estarem no olho do furacão, com a indicação de um novo presidente, Gabriel Galípolo, que não é considerado um representante do mercado.
Na terça-feira 3, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ressaltou o fato de o orçamento fechado em junho prever um aumento do PIB em 2,5% e que o resultado do trimestre levou a uma revisão da estimativa para 2,7% a 3%, e qualquer valor acima da projeção original implica uma elevação de receitas fiscais.