O preço da gasolina vendido pelas refinarias privadas está custando, em média, 15,7% mais caro do que o da Petrobras. A diferença é de 42 centavos.
O levantamento conduzido pelo Observatório Social do Petróleo (OSP) e divulgado na sexta-feira 5, mostra que as empresas privadas continuam com aumentos sucessivos no valor dos combustíveis. No último levantamento do Observatório, realizado em agosto do ano passado, a gasolina apresentava uma variação de preço de 11,7%.
A Refinaria Potiguar Clara Camarão (RPCC), localizada no Rio Grande do Norte e privatizada em 7 de junho de 2023, é a que cobra os preços mais elevados do Brasil. Sob a administração da 3R Petroleum, essa refinaria comercializa a gasolina a 3,35 reais por litro, um valor 19,3% superior ao praticado pela Petrobras.
A Refinaria da Amazônia (Ream), privatizada em dezembro de 2022, vende o combustível a 3,24 reais por litro, enquanto a Acelen, responsável pela refinaria de Mataripe, comercializa a 3,09 reais por litro. Estes preços representam, respectivamente, um acréscimo de 15,3% e 9,9% em comparação aos valores cobrados pela Petrobras.
Segundo o economista Eric Gil Dantas, do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), a capacidade da Petrobras de oferecer preços mais baixos decorre de sua política de precificação que não visa apenas a maximização de lucros.
Ele também apontou a desvinculação da Petrobras do PPI (Preço de Paridade de Importação) como um dos elementos que contribuíram para a redução dos preços praticados pela empresa.
“A recente subida de preços internacionais e a manutenção dos valores praticados pela empresa [com a PPI] fizeram com que a diferença entre o preço da Petrobras e o das suas concorrentes privadas chegasse a maior diferença em oito meses”, ressaltou.