Em visita ao Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, nesta sexta-feira (14), o governador Eduardo Leite anunciou a manutenção da data original da Expointer, de 24 de agosto a 1º de setembro. A definição veio após semanas de debates entre o Executivo estadual e as entidades parceiras na realização da mostra. A mudança de data foi motivada pelos estragos causados pelas enchentes de maio, que causaram severos danos ao complexo.
Desde que a água baixou, um enorme volume de entulho vem sendo removido por caminhões. Trabalhadores da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação e também de permissionários do parque trabalham na recuperação das estruturas afetadas. O local foi fechado no dia 30 de abril, quando o impacto das águas chegou pelos fundos do parque e com velocidade. E, de ponta a ponta, inundou todas as áreas baixas do local.
Nos espaços dos pavilhões da Agricultura Familiar, Internacional, do gado leiteiro e de corte, dos ovinos e equinos, as marcas nas paredes apontam a altura que a água atingiu, variando entre 80 centímetros e 1,5 metro, aproximadamente. Madeiras úmidas nos bretes e baias e os vidros sujos e engordurados nas construções de permissionários também são sinais da catástrofe.
E até pelo chão os danos podem ser constatados. Equipes trabalham na revisão das tubulações hídricas pelos corredores de circulação de veículos e pedestres. Lava-jatos por compressão limpam paredes, janelas e o chão de lojas, restaurantes e passeios. Colchões e outros objetos são espalhados ao sol, na esperança de serem salvos, mas muitos não poderão ser reaproveitados.
Quem também corre contra o tempo é a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos crioulos (ABCCC). As pistas de provas do Freio de Ouro, tradicional competição da raça, ficaram submersas – no local onde ocorre a final, a água chegou a 3,5 metros de altura. Trabalhadores estão trabalhando na retirada do lixo, lavagem e desinfecção de todas as cocheiras para, posteriormente, receberem camas novas para os animais.
Em recente visita ao Jornal do Comércio, a presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), Nanci Walter, disse que a entidade há muito tempo alerta sobre os perigos da estrutura do parque, cujo sistema elétrico é o que exige maior urgência. E que diversos laudos já foram emitidos recomendando a reforma das instalações.
Na Casa do Sindilat, aliás, a entidade se antecipou ao problema e reformou e elevou toda a sua rede elétrica no ano passado. A medida evitou danos pela água. Ali, será preciso refazer a pintura interna e externa, além de recuperar refrigeradores. Os danos foram poucos, porque boa parte dos materiais já costuma der armazenada em espaços mais altos. E todo o sistema elétrico foi refeito no ano passado, igualmente acima do nível que a água alcançou.
No outro lado da rua, associações de criadores, restaurantes, empresas de diferentes segmentos do setor e lojas também foram atingidas.