A montadora coreana Hyundai está criando uma nova divisão para reformular o funcionamento do serviço por assinatura Bluellink. Uma das novidades é que a marca pretende atualizar carros antigos, para que eles fiquem mais modernos.
No Brasil, o Bluelink atualmente é gratuito nos primeiros cinco anos e disponibiliza recursos como controle remoto do carro pelo celular (ligar ar-condicionado, partida, fechar vidros, etc), serviço de assistência 24h, rastreamento do veículo, prevenção contra roubos, entre outros. Após o período de gratuidade, a montadora passa a cobrar uma taxa de R$ 29,90 por mês.
A era dos carros conectados já começa a se tornar realidade na vida de muitos motoristas. Em veículos mais modernos, por exemplo, muitos problemas podem ser consertados por meio de simples atualizações de softwares feitas pelo ar, sem a necessidade de ir até uma oficina.
Mas o recurso também tem sido usado com outro propósito. A BMW foi uma das pioneiras a vender serviços que são liberados a partir do pagamento de uma taxa ou mensalidade. Um exemplo são os bancos aquecidos, uma tecnologia que já está presente nos carros, mas só pode ser acessada se o cliente pagar. A iniciativa recebeu muitas críticas de parte do público.
Pode parecer estranho pagar por um recurso que já está presente no carro, mas cada vez mais os serviços por assinatura têm se tornado mais comuns. Em alguns casos, o motorista tem a possibilidade de pagar para ter acesso à internet ou à assistência 24 horas e a chamadas de emergência.
Mas a Hyundai indica que planeja dar um novo sentido para esses serviços. Em entrevista ao site britânico Autocar, o diretor de serviços conectados da Hyundai, Marcus Welz, destacou que a indústria automobilística está entrando em uma nova fase, em que as montadoras também estão preocupadas em continuar ganhando dinheiro após a venda do carro.
“Durante anos, nós nos preocupamos em como venderíamos mais carros. Hoje, nós nos preocupamos com ‘e se tudo o que fizermos for vender carros?””, comentou o executivo.
O diferencial sinalizado pela montadora coreana em relação ao serviço da BMW é a possibilidade de atualizar os modelos mais antigos. Embora Welz não tenha explicado com muitos detalhes como isso funcionará, o diretor sugeriu que o sistema seria capaz de aprimorar recursos como sensores, radares, câmeras, baterias e motores.
As declarações do executivo da montadora coreana sugerem que o dono de um modelo mais antigo com um sensor dianteiro de estacionamento poderia atualizar o software para que transformá-lo em um controle de cruzeiro adaptativo. Outra possibilidade seria pagar para obter mais potência e alcance nos carros elétricos.
O lançamento da linha 2025 do GWM Haval H6 também pode servir como exemplo. Nesse caso, a montadora adicionou um novo modo de condução às versões híbridas plug-in, que também foi disponibilizado para os modelos 2024 por meio de uma atualização OTA (over the air). A diferença é que, nesse caso, ela foi gratuita – já a Hyundai indicou que pretende cobrar.
O que será possível fazer com essa tecnologia só será possível saber quando a Hyundai disponibilizar o serviço, mas Welz garante que as possibilidades são bem variadas.
“Muitos avanços podem ser feitos por meio do software para que você possa utilizar o hardware existente. Continuaremos desenvolvendo esses recursos e funcionalidades e, depois, forneceremos aos usuários.”
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