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Ilhado por 6 dias, morador do RS conta que armazenou água da chuva e ficou à luz de velas

Ilhado por 6 dias, morador do RS conta que armazenou água da chuva e ficou à luz de velas


Em entrevista à CNN, na noite desta quinta-feira (9), o cirurgião-dentista Giovane de Carli, de 34 anos, relatou os desafios enfrentados durante os seis dias em que ficou ilhado no segundo andar de sua casa em Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, devido às enchentes que assolam o estado.

Durante o período ilhado, ele e sua gata tiveram acesso a comida, água, velas e outros mantimentos essenciais. Carli e alguns vizinhos armazenaram água da chuva em baldes e aproveitaram frutas de um pé de laranja próximo. Eles também coletaram botijões de gás boiando nas casas vizinhas para conseguir cozinhar.

“Tínhamos comida, nós tínhamos água, nós tínhamos vela, nós tínhamos na rua do lado da minha casa, que era uma casa de segundo piso para a qual eu fui, levei a minha gatinha junto, para a gente conseguir salvar o que a gente conseguisse”, relembrou.

Segundo Carli, a água começou a invadir sua residência por volta das 4h da manhã de sexta-feira (3). Como morador de uma região considerada mais alta do município, ele nunca havia vivenciado uma enchente desse porte antes.

Sem internet ou comunicação, Carli mantinha contato com sua mãe em Porto Alegre por meio de três frases: “avisa, o filho Giovane está vivo, está bem e tem comida”.

Resgate e preocupações

Durante os dias de isolamento, Carli e seus vizinhos avistaram helicópteros, botes e equipes de resgate. Embora desejassem ser retirados, havia uma preocupação em deixar suas casas desprotegidas contra saques e roubos.

“Tá havendo saques nas casas na madrugada, porque ninguém vai fazer um resgate de madrugada com um barco sem motor, sem fazer barulho, com lanterna, invadindo casas, quebrando as coisas sem ninguém lá dentro, com tiro, matando o cachorro porque tá latindo”, relatou.

No dia anterior ao resgate, Carli e seus vizinhos sinalizaram a palavra “SOS” nos telhados e atearam fogo a objetos para produzir fumaça preta, na tentativa de chamar a atenção das equipes de resgate. No dia seguinte, um bote os retirou da área alagada.

Apesar de ter sido resgatado, Carli perdeu grande parte de seus pertences e sua casa foi invadida após sua saída.

Impacto das enchentes

As fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul desde o início de junho provocaram enchentes históricas, deixando um rastro de destruição em diversas cidades. Até o momento, quase 1,7 milhão de pessoas foram afetadas pelo fenômeno climático extremo no estado e ao menos 107 perderam suas vidas.



Fonte: CNN Brasil

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