O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de abril acelerou para 0,38%, 0,22 ponto percentual acima da taxa de março, fixada em 0,16%. O IPCA é o principal monitor da inflação do Brasil. O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira 10.
Segundo o instituto, o IPCA acumula alta de 1,80% no ano e, nos últimos 12 meses, de 3,69%. O índice do período está abaixo dos 3,93% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado desta sexta também é significativamente menor do que o registrado em abril de 2023, quando a variação de preços havia sido de 0,61%.
Medicamentos
O IPCA de abril foi puxado, conforme mostram os dados do IBGE, pelo grupo Saúde e cuidados pessoais, que variou 1,16%. No grupo, a maior alta veio dos produtos farmacêuticos, puxado pelos medicamentos. O preço dos itens subiu até 4,50% no mês, fazendo os produtos vendidos em farmácias subirem 2,84%. As maiores altas são de remédios contra diabetes (4,19%), anti-infecciosos e antibióticos (3,49%) e de medicamentos relacionados à hipotensão e colesterol (3,34%).
Alimentos
Outro grupo a contribuir de forma significativa na alta dos preços em abril foi o de Alimentos e bebidas. O salto, nesse caso, foi de 0,70%. A alimentação no domicílio foi um dos itens do grupo que mais acelerou, de 0,59% em março para 0,81% em abril. Também foram observadas altas nos preços do mamão (22,76%), da cebola (15,63%), do tomate (14,09%) e do café moído (3,08%). A alimentação fora do domicílio (0,39%) registrou variação próxima à do mês anterior (0,35%). Enquanto o lanche desacelerou de 0,66% para 0,44%, informa o IBGE.
“Fenômenos climáticos ocorridos no fim de 2023 e no começo de 2024 afetaram a produção”, explica André Almeida, gerente do IPCA, em nota divulgada pelo IBGE.
Outras altas
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, sete tiveram alta em abril. Apenas Habitação e Artigos de residência. Veja os resultados:
Grupo | Variação (%) | Impacto (p.p.) | ||
---|---|---|---|---|
Março | Abril | Março | Abril | |
Índice Geral | 0,16 | 0,38 | 0,16 | 0,38 |
Alimentação e bebidas | 0,53 | 0,70 | 0,11 | 0,15 |
Habitação | 0,19 | -0,01 | 0,03 | 0,00 |
Artigos de residência | -0,04 | -0,26 | 0,00 | -0,01 |
Vestuário | 0,03 | 0,55 | 0,00 | 0,03 |
Transportes | -0,33 | 0,14 | -0,07 | 0,03 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,43 | 1,16 | 0,06 | 0,15 |
Despesas pessoais | 0,33 | 0,10 | 0,03 | 0,01 |
Educação | 0,14 | 0,05 | 0,01 | 0,00 |
Comunicação | -0,13 | 0,48 | -0,01 | 0,02 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços |
Para o cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de março a 30 de abril de 2024 (referência) com os preços vigentes no período de 01 de março a 28 de março de 2024 (base).
Índices regionais
Nos índices regionais, somente Fortaleza registrou queda de preços em abril, influenciada pela energia elétrica residencial e pela gasolina. Por lá a queda foi de 0,13%. Já a maior variação ocorreu em Aracaju, com alta de 0,84%, por conta das altas da cebola (27,77%) e do tomate (23,20%).
INPC
Junto ao IPCA, o instituto também revelou dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Nesse caso, a alta foi de 0,37% em abril, acima do registrado em março, de 0,19%.
No ano, o INPC acumula alta de 1,95% e, nos últimos 12 meses, de 3,23%, abaixo dos 3,40% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2023, a taxa foi de 0,53%.