Descrição enviada pela equipe de projeto. Estamos explorando a possibilidade e a impossibilidade de estabelecer laços físicos com o tecido geológico de AlUla. Acreditamos que tudo pode ser sempre reexaminado e reinterpretado, já que não podemos medir, antecipar, controlar ou compreender completamente o ambiente percebido. Podemos começar a compreender essa conexão através de uma oferta material que rastreia e constrói interações humanas e não humanas entre os elementos da natureza ao nosso redor.
Com este trabalho, pretendemos incentivar a especulação como meio de exploração e reflexão para desenvolver e remodelar ainda mais nossa compreensão da transição ecológica do local e suas geografias.
Para estabelecer essa conexão, começamos a observar livremente gestos materiais e formas encontradas, permitindo que eles se manifestem como parte da arquitetura. Dessa forma, o trabalho surge das características próprias do local e da interação de seus espectadores, deslocando o foco das qualidades da obra para os valores estéticos das trocas envolvidas nos processos de investigação em torno do próprio local. Isso resulta numa dissolução das fronteiras entre objeto e sujeito.
Para aprofundar o entendimento da subjetividade em relação à posição, recorremos à noção de “sujeito nômade” de Rosi Braidotti. Segundo seus escritos, o nômade representa uma condição epistemológica que rejeita a fixidez, permitindo-nos pensar entre ou “como se”, para conceber outra realidade. Essas ideias orientam o caminho para o trabalho proposto e impulsionam o processo de descoberta do local mais amplo, desempenhando um papel crucial na criação de novos tipos de relacionamentos entre sujeito e objeto.
Em resumo, queremos que o trabalho seja interpretável, pois deriva das formas encontradas. Uma intervenção operaria dentro de um local existente para revelar uma nova vida ou identidade por meio da transformação. Baseando-se em critérios mais poéticos como tempo, memória, materialidade e ocupação, essa forma de intervenção visa aumentar nossa consciência da ecologia circundante e criar um lugar de significado e contemplação através de uma reinterpretação cuidadosa do que já é conhecido.