Na data a marcar os 60 anos do golpe militar de 1964, o Instituto Lula divulgou um comunicado no qual se refere ao episódio como “a maior tragédia da história política brasileira”.
O texto ainda ressaltou o retrocesso sob a ditadura, que se instalou no Brasil por mais de duas décadas e institucionalizou a tortura. “Golpe nunca mais”, escreveu a entidade, criada por Lula e seus auxiliares mais próximos quando o petista encerrou seu segundo mandato, em 2010.
A publicação aconteceu em meio ao veto de Lula a eventos e manifestações do governo sobre o golpe. A recomendação, criticada por historiadores e entidades ligadas aos direitos humanos, faz parte da tentativa do Palácio do Planalto de distensionar a relação com as Forças Armadas.
Não à toa, a data teve manifestações timídas de ministros nas redes sociais, até a última atualização desta reportagem. Apenas Paulo Pimenta, chefe da Secom, e Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, fizeram postagens alusivas ao golpe.
Na contramão do veto, o perfil oficial do PT publicou mensagens em que condena a ditadura. A legenda também exibe, até a segunda-feira 1º, um documentário sobre o massacre executado por agentes da repressão em uma reunião do PCdoB.
A ex-presidenta Dilma Rousseff, vítima de tortura na ditadura, também se manifestou. “Manter a memória e a verdade histórica sobre o golpe militar que ocorreu no Brasil há 60 anos, em 31 de março de 1964, é crucial para assegurar que essa tragédia não se repita”, afirmou.