A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, declarada inelegível para a disputa presidencial de 28 de julho, agradeceu a lideranças regionais como o presidente Lula (PT), mas instou a comunidade internacional a pressionar pela candidatura de sua substituta, Corina Yoris, que não conseguiu se increver.
Machado, que mesmo inabilitada venceu com folga as primárias da oposição, designou Corina Yoris, de 80 anos, como sua representante no pleito.
Yoris, no entanto, não conseguiu se registrar, por razões ainda não explicadas pelas autoridades eleitorais, e a oposição acabou por inscrever ao menos provisoriamente o embaixador Edmundo González Urrutia.
“Faço um apelo para que os líderes democráticos do mundo se unam aos esforços de presidentes e governos em exigir ao regime de Maduro que permita a inscrição de Corina Yoris como candidata nas próximas eleições presidenciais”, declarou Machado nas redes sociais.
“Agradeço aos presidentes Emmanuel Macron, Luiz Inácio Lula da Silva e Gustavo Petro por suas posições nas últimas horas, que reafirmam que nossa luta é justa e democrática.”
Na última quinta-feira 28, Lula classificou como “grave” o fato de que Yoris não conseguiu registrar sua candidatura.
“Eu fiquei surpreso com a decisão. Primeiro a decisão boa, da candidata que foi proibida de ser candidata pela Justiça [Corina Machado], de indicar uma sucessora [Yoris]. Achei um passo importante. Agora, é grave que a candidata não possa ter sido registrada”, disse Lula. “Ela não foi proibida pela Justiça.”
Na terça 26, o Ministério das Relações Exteriores afirmou acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela e avaliou que o impedimento à candidatura de Yoris “não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.
Horas depois, o chanceler venezuelano, Yvan Gil, publicou uma nota de repúdio ao comunicado, classificado por ele de “cinzento e intervencionista, redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. Segundo Gil, o texto apresenta “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.
(Com informações da AFP)