O apoio da China à Rússia está “facilitando” sua guerra na Ucrânia, alertaram os líderes das economias mais avançadas do mundo na sexta-feira (14), endurecendo o tom contra Pequim e ameaçando novas sanções contra atores que apoiam materialmente a máquina de guerra de Moscou.
O severo aviso, emitido no final da cúpula anual do Grupo dos Sete (G7) na Itália, ocorre enquanto os Estados Unidos intensificam os esforços diplomáticos para convencer a Europa a adotar uma postura mais rígida em relação à China por seu papel em ajudar o complexo militar-industrial da Rússia.
“O apoio contínuo da China à base industrial de defesa da Rússia está permitindo que a Rússia mantenha sua guerra ilegal na Ucrânia e tem implicações de segurança significativas e abrangentes”, disseram os líderes do G7 no comunicado de sexta-feira.
“Conclamamos a China a cessar a transferência de materiais de uso dual, incluindo componentes e equipamentos de armas, que são insumos para o setor de defesa da Rússia.”
Os líderes também ameaçaram com novas ações, incluindo sanções, para punir entidades chinesas que dizem estar ajudando a Rússia a contornar os embargos ocidentais.
“Continuaremos tomando medidas contra atores na China e em terceiros países que apoiem materialmente a máquina de guerra da Rússia, incluindo instituições financeiras, de acordo com nossos sistemas jurídicos, e outras entidades na China que facilitem a aquisição de itens para a base industrial de defesa da Rússia”, disse a declaração conjunta, prometendo impor “medidas restritivas para prevenir abusos e restringir o acesso aos nossos sistemas financeiros.”
Autoridades americanas acusaram a China de ajudar a Rússia a expandir a manufatura militar, inclusive por meio de exportações como semicondutores, materiais e ferramentas de máquinas, que dizem estar permitindo que Moscou aumente a produção de tanques, munições e veículos blindados.
Pequim refutou a acusação, dizendo que não forneceu armas para nenhum dos lados e mantém controles rigorosos de exportação de bens de uso dual.
Os EUA e a União Europeia já impuseram sanções a empresas chinesas, e nesta semana, os EUA impuseram novas sanções a empresas sediadas na China que fornecem semicondutores à Rússia.
“A China não fornece armas, mas a capacidade de produzir essas armas e a tecnologia disponível para fazê-lo”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, na cúpula na quinta-feira (13). “Então, de fato, está ajudando a Rússia.”
O G7 também está adotando uma postura mais rígida em relação às políticas econômicas da China, especialmente sobre a questão da supercapacidade industrial, prometendo tomar medidas contra “práticas desleais” para “nivelar o campo de jogo e remediar danos contínuos.”
“Expressamos nossas preocupações sobre a persistente focalização industrial da China e suas políticas e práticas abrangentes de não-mercado que estão levando a transbordamentos globais, distorções de mercado e supercapacidade prejudicial em uma gama crescente de setores, minando nossos trabalhadores, indústrias e resiliência e segurança econômica,” disse o comunicado conjunto.
No dia anterior à cúpula, a UE anunciou tarifas adicionais sobre veículos elétricos (EV) importados da China após uma investigação de meses, sobre o que considera apoio desleal de Pequim a empresas que prejudicam as montadoras europeias.
No mês passado, os EUA também impuseram novas tarifas sobre US$ 18 bilhões em importações chinesas em diversos setores considerados estratégicos para a segurança nacional – incluindo veículos elétricos e produtos de energia limpa.
O G7 também expressou forte oposição ao que diz serem tentativas unilaterais da China de mudar o status quo por força ou coerção nos mares da China Oriental e Meridional.
“Continuamos a nos opor ao uso perigoso da guarda costeira e da milícia marítima pela China no Mar da China Meridional e sua repetida obstrução da liberdade de navegação em alto-mar dos países”, disse a declaração conjunta.
“Expressamos séria preocupação com o aumento do uso de manobras perigosas e canhões de água contra embarcações filipinas.”
Este conteúdo foi criado originalmente em inglês.
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