A cena é chocante. Uma montanha de livros na calçada em frente à Livraria Santos, no Quarto Distrito, na Zona Norte de Porto Alegre. Se não fosse a inundação que ainda aflige regiões da Capital e milhares de negócios, os livros antes “novos” deveriam estar nas prateleiras, à espera dos leitores:
“Perdi 80 mil livros. Eles não estão mais à venda, pois ficaram muito tempo em contato com a lama e o esgoto, sem condições de consumo”, descreve o proprietário da rede com 17 unidades em diversas cidades gaúchas, Jonatas Santos: “Livro quando molha um pouco incha e inviabiliza a leitura”.
Pelo menos duas foram as mais afetadas, com inundação: a da avenida Brasil, na Capital (da montanha de livros na calçada) e do Canoas Shopping, que reabriu neste sábado (25), após ficar 20 dias fechado. O shopping foca no bairro Mathias Velho, o maior da cidade e que foi arrasado pelas cheias. Santos conta ainda que a filial do Pontal Shopping, na orla do Guaíba, em Porto Alegre, fechou por uma semana.
Em shopping, estantes em frente à loja e livros foram danificados pela cheia. Foto: Livraria Santos/Divulgação
O livreiro ainda está contabilizando as perdas, mas passou à coluna Minuto Varejo o que é efeito direto das cheias (danos materiais). Segundo ele, são R$ 850 mil em livros(duas lojas) e R$ 450 mil em móveis e estrutura física. O prejuízo total entre livros e estrutura soma R$ 1,3 milhões. Mas tem outro impacto, que gera perda financeira:
“Todas as lojas foram afetadas pela baixa venda, muitas ficaram fechadas ou tiveram horários reduzido e funcionários tiveram perdas”, lista Santos.