O presidente Lula (PT) confirmou nesta quarta-feira 1º que irá ao Rio Grande do Sul nesta quinta-feira 2. A viagem tem como objetivo acompanhar a situação causada pelas fortes chuvas que atingem o estado nesta semana.
“Eu estou pensando em ir amanhã ao Rio Grande do Sul para que a gente possa ajudar de forma efetiva a diminuir o sofrimento desse povo”, disse o presidente em um telefonema com o governador Eduardo Leite (PSDB), divulgado nas redes sociais do presidente.
No estado, cerca de 19,1 mil pessoas foram afetadas. Destas, 3.416 tiveram que deixar suas casas e buscar abrigo na casa de parentes, amigos ou em hospedagens. Outras 1.072 que não tinham para onde ir estão alojadas em abrigos públicos. As chuvas já causaram, também, dez mortes e deixaram 11 feridos e outras 21 pessoas desaparecidas.
Até o momento, 114 prefeituras já reportaram ao governo estadual que foram de alguma forma afetadas por alagamentos, transbordamento de rios, deslizamentos ou outras consequências da situação.
A prioridade, anunciou a Defesa Civil do estado, é o resgate de famílias ilhadas. Neste ponto, diz Lula em telefone, o governo federal já disponibilizou pelo menos oito helicópteros das Forças Armadas para a ação. As aeronaves, porém, aguardam uma trégua nas chuvas para que tenham condições climáticas de voo.
“Os helicópteros já estão preparados para ir ao Rio Grande do Sul assim que o teto permitir”, garantiu Lula na ligação.
Hoje conversei novamente com o governador @EduardoLeite_, do Rio Grande do Sul, para saber da situação das fortes chuvas no estado. Amanhã vou pessoalmente ao Sul para verificarmos a situação e o trabalho conjunto dos ministros com o governo do estado. pic.twitter.com/wWORHknv14
— Lula (@LulaOficial) May 1, 2024
Esse foi o segundo telefonema entre Lula e o governador gaúcho. O primeiro ocorreu ainda no dia 30, após Leite solicitar apoio do governo federal nas redes sociais. Desde então, as Forças Armadas já teriam sido colocadas à disposição da gestão estadual.
De acordo com a Força Aérea Brasileira, na terça-feira, quando Lula autorizou a participação nas ações do estado, uma família foi resgatada de uma casa que estava ficando submersa na região de Candelária e foi levada até Santa Cruz. Novamente, porém, não houve condições das aeronaves decolarem para nova missão diante do tempo fechada. Até o momento, a FAB informa ter resgatado sete pessoas.
De acordo com o Ministério da Defesa, 335 militares já participam das ações de apoio à população gaúcha atingida pelas fortes chuvas em outras ações, como a distribuição de água, alimentos e donativos. Os militares também trabalham na recuperação de infraestrutura danificada, na montagem de barracas para desabrigados e no fornecimento de colchões. Além dos helicópteros citados, foram disponibilizados também 12 embarcações e 43 viaturas para a ação no Rio Grande do Sul.
Uma portaria publicada nesta quarta-feira regula o emprego temporário das Forças Armadas em atividades de apoio logístico às ações de Proteção e Defesa Civil. O documento promove a ativação do Comando Operacional Conjunto Taquari II para atuar nos municípios em situação de calamidade pública. O general de Exército Hertz Pires do Nascimento foi indicado para ser o comandante do Comando Conjunto. A ação atende um pedido de Leite no telefone com Lula.
“Mais do que o apoio do governo federal e das Forças Armadas, pedi a efetiva participação e a liderança daqueles que têm treinamento para uma situação de caos e de guerra como a que estamos enfrentando no estado”, disse o governador sobre a conversa. “Tenho apelado ao governo federal para termos não só o apoio, que está sim sendo oferecido, mas também a liderança e coordenação efetiva deste processo, pois eu não tenho ascendência sobre as Forças Armadas para dar a articulação e organização necessárias”, informou pouco antes da publicação da portaria da Defesa.
Chuvas no Rio Grande do Sul.
Foto: Gustavo Ghisleni / AFP
Comitiva
Nesta quinta, segundo agenda divulgada pelo Planalto Lula deve se encontrar com o governador Eduardo Leite e visitar áreas atingidas na região de Santa Maria. A comitiva será formada pelos ministros Renan Filho (Transportes), Waldez Goes (Desenvolvimento Regional) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação).
Maior desastre da história
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou que a destruição das chuvas que atingem o estado já prenunciam o “maior desastre da história” gaúcha em termos de prejuízo material. Segundo Leite, a situação é “pior” do que a registrada no ano passado, quando as inundações causaram mais de 50 mortes e grandes danos materiais.
“Infelizmente, este será o maior desastre que nosso estado já enfrentou. Infelizmente, será maior do que o que assistimos no ano passado”, declarou o governador durante a coletiva de imprensa concedida no início da noite, em Porto Alegre.
A previsão é de a forte chuva continuar até sexta-feira 3, dar uma trégua no final de semana e voltar nos dias seguintes. “Temos um quadro difícil pelos próximos dias”, disse Leite diante da previsão.
Calamidade pública
Na noite desta quarta-feira 1, o governador decidiu decretar estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul diante dos “eventos climáticos de chuvas intensas”. A decisão já foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial.
Pelo decreto, órgãos e entidades da administração pública estadual prestarão apoio à população nas áreas afetadas. O decreto de calamidade deve vigorar por 180 dias.
(Com informações de Agência Brasil)