Mais da metade das publicações feitas nas redes sociais nos últimos dois dias têm argumentos contrários ao projeto de lei que equipara o aborto legal ao crime de homicídio, mostra um monitoramento divulgado pela Quaest nesta sexta-feira 14.
De autoria do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a proposta tramita em regime de urgência desde a quarta 12, quando a Câmara aprovou em votação-relâmpago acelerar a análise do texto. Com isso, ele não precisa ser debatido nas comissões temáticas e está pronto para ir a votação no plenário.
Foram coletadas mais de 1,1 milhão de menções sobre o tema nas redes sociais X (antigo Twitter), Facebook e Instagram entre os dias 12 e 14 de junho. Deste total, 52% das publicações feitas no período são contrárias, enquanto 15% apresentam conteúdo favorável ao texto.
A mobilização no ambiente virtual atingiu seu ápice na quinta-feira, com 700 mil postagens. O debate produziu aproximadamente 12 milhões de interações em redes sociais, entre visualizações, comentários, likes e compartilhamentos, segundo o levantamento.
Entre as principais palavras mencionadas nas publicações contrárias ao projeto estão “criança” e “estupro”. Isso se dá porque, nos moldes atuais, o texto prevê que a pena para a mulher que interromper a gravidez seja mais dura que aquela a ser imposta ao homem que a estuprou.
Ou seja: ao ser equiparado ao homicídio simples, o aborto levaria a uma pena entre 6 e 20 anos de prisão. Já no crime de estupro se a vítima for adulta, a pena mínima é de 6 anos, mas pode chegar a 10 anos.
1/ Monitoramento @quaestpesquisa exclusivo para o @estudioi mostra que a Guerra digital em torno do PL1904/24 dá ampla vantagem a quem é contra o projeto: na média dos últimos três dias, 52% de todas as 1.14 milhões de postagens coletadas defendiam argumentos contrários à medida;… pic.twitter.com/QzW4DdV3aP
— Felipe Nunes (@profFelipeNunes) June 14, 2024