- Área:
825 m²
Ano:
2023
Fabricantes: Deca, Isomass, Knauf, Marcetex, REKA
Descrição enviada pela equipe de projeto. Margeado pela varanda pública do Edifício Copan – uma calçada suspensa no Centro Histórico de São Paulo -, o projeto da Nova Sede do Greenpeace Brasil se apresenta enquanto uma vitrine da instituição para a maior cidade da América Latina.
Sua inserção privilegiada se alia à arquitetura para convidar os habitantes da metrópole ao usufruto de um espaço universalmente acessível, de materialidade peculiar e de relevância cultural ímpar. Mobiliários convidativos em sua singeleza permitem uma apropriação ampla do avarandado – fronteira da cidade com os espaços de uso público da sede.
Enquanto a Warehouse abriga produções nas diversas grafias da instituição – servindo, por exemplo, de palco para oficinas abertas de cartazes – as salas Curinga e Multiuso resguardam acontecimentos múltiplos – não somente, mas também, aulas, palestras, reuniões, convívios e cerimônias cotidianas. Ambas localizadas próximas à fachada no intuito de estreitar laços e ampliar as trocas da organização com a sociedade.
O movimento de saída de um bairro de classe alta para a ocupação de um espaço no centro – em um edifício histórico e simbólico – é, por si só, um ato corajoso alinhado a uma postura sustentável em sentido amplo. A abundância de infraestrutura urbana – tanto relativa à mobilidade e suas diversas modalidades quanto à oferta de serviços em suas múltiplas expressões – favorece as atividades da entidade, enquanto esta recupera e renova o espaço. O Greenpeace no Copan se coloca como um forte aliado no processo de reocupação consciente e democrática do centro de uma das cidades mais importantes do país.
O programa é graduado em escala de privacidade. Partindo do mais público ao menos, a Warehouse, a Sala Multiuso, a Sala Curinga e o Escritório Coletivo são dispostos a partir da varanda do Copan que, com sua largura atípica – extremamente generosa – se configura como uma continuidade da calçada. Seus acessos e funcionamentos são independentes em relação ao restante do programa, podendo se abrir ao público sempre que necessário.
Os amplos ambientes, permeados por divisórias móveis – como cortinas e portas de correr – apoiam diversas apropriações a partir de sua fácil reconfiguração. A flexibilidade do projeto permite a adaptação para usos ainda não previstos, aumentando, com isso, a vida útil do espaço. Cabe ressaltar que a organização dos fluxos em torno de um eixo infraestrutural central confere maior liberdade de apropriação, flexibilizando a integração entre ambientes de trabalho e reduzindo conflitos provocados por atividades simultâneas divergentes.
O espaço valoriza ainda as marcas das ocupações pretéritas – tendo como exemplo a manutenção dos vestígios da antiga escada presente na laje superior. Busca-se harmonizar a valorização histórica com as demandas contemporâneas de uso. Assim, se evidenciam diretrizes de uma arquitetura conscientemente silenciosa, focada em intervenções sobretudo infraestruturais, objetivando a robustez necessária para uma ocupação longeva e ambientalmente responsável.