O mundo está à beira de uma catástrofe ambiental sem precedentes. As mudanças climáticas, impulsionadas por um modelo de desenvolvimento insustentável, ameaçam a sobrevivência de diversas espécies, incluindo a nossa. Nesse contexto, a questão das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs, na sigla em inglês) torna-se crucial. A construção dos compromissos assumidos pelo País no enfrentamento à crise climática precisa ser necessariamente popular, voltada para os interesses das comunidades e dos movimentos sociais brasileiros.
A crise climática é, antes de tudo, uma crise do capitalismo. Com sua busca incessante por lucros, o sistema capitalista degrada a natureza sem considerar as consequências. Esse modelo de produção e consumo, baseado na exploração predatória dos recursos naturais, é o principal responsável pelo aquecimento global. Os impactos das mudanças climáticas não são, porém, distribuídos de forma equitativa. Enquanto as nações ricas e industrializadas são as maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, os outros países do Sul Global, como o Brasil, é que sofrem os efeitos colaterais. As populações mais vulneráveis, incluindo comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhas e periféricas, enfrentam as maiores dificuldades.