O vice-governador do Rio Grande do Sul, Gabriel Souza (MDB), detalhou nesta sexta-feira 17 o plano para construir quatro cidades temporárias a fim de abrigar famílias desabrigadas em razão das enchentes que castigam o estado desde o fim de abril.
O boletim mais recente da Defesa Civil contabiliza quase 540 mil pessoas desalojadas e outras 78 mil em abrigos espalhados pelo território gaúcho. A catástrofe também resultou em 154 mortes.
As cidades escolhidas para receber as instalações provisórias são aquelas onde há cerca de 65% da população em “abrigamento precário”, na avaliação do governo: Canoas, Porto Alegre, São Leopoldo e Guaíba.
“Por algumas semanas elas podem atuar para acolher as pessoas. Esses modelos têm dormitórios, têm divisórias, têm banheiros, têm chuveiros e toda a estrutura. Elas têm uma proteção térmica e possibilidade de impermeabilização, para não ter problema de infiltração caso haja chuva”, afirmou Souza.
As cidades temporárias terão, entre outras coisas, posto de saúde, brinquedoteca, espaço para animais de estimação, chuveiros e banheiros do lado externo, dormitórios, área multiuso (TV e computadores), fraldário e espaço para amamentação.
Há expectativa de que também estejam à disposição lavanderia, refeitório e cozinha.
Será necessário contratar uma empresa para montar esses espaços, o que pode ocorrer na semana que vem, segundo o vice-governador. A gestão estadual projeta entregar a estrutura cerca de 20 dias após a assinatura do vínculo.
As áreas pré-definidas são o Centro Olímpico de Canoas, o Complexo Cultural Porto Seco de Porto Alegre e o Centro de Eventos de São Leopoldo. Ainda não há decisão sobre a área de Guaíba, pois a cidade está debaixo d’água.
O que acontecerá depois?
Em coletiva de imprensa, o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciou o Plano Rio Grande para a reconstrução do estado e apresentou algumas estratégias para reerguer os locais afetados pelas enchentes. A ideia é focar, ao menos nesta primeira fase, em ações de curto e médio prazos, com prioridade em áreas como escolas, rodovias, unidades de saúde e abrigos.
O governo gaúcho definiu um modelo de unidades habitacionais de rápida implantação para atender pessoas que perderam suas casas. Um desses projetos prevê a instalação de 250 residências com 44 metros quadrados no Vale do Taquari, a partir de 21 de maio. O prazo estimado para a montagem é de 120 dias a partir do início das obras.
Outro modelo é chamado de módulo habitacional temporário transportável. Tem 27 metros quadrados e, de acordo com o governo, é possível entregar 200 unidades em 30 dias após a localização do terreno e a viabilização de estrutura básica como água, esgotamento e energia elétrica.
Também há a previsão de contratação, em até 40 dias, de 2.500 unidades habitacionais de 53 metros quadrados. Essas casas terão dois dormitórios, sala com cozinha conjugada e banheiro. Neste caso, o governo projeta entregá-las em 90 dias após o terreno estar pronto e com a infraestrutura necessária.