Praticamente a três meses do fim do prazo de registro das candidaturas às eleições municipais, pairam incertezas nas negociações entre os partidos progressistas. Alguns palanques importantes estão, no entanto, consolidados em diversas capitais e centros urbanos. A tendência, segundo especialistas, é de crescimento no número de prefeitos ligados a legendas de esquerda, embora a extrema-direita também se movimente para estender seus tentáculos e eleger não só prefeitos, mas também um número recorde de vereadores.
Na segunda-feira 6, o diretório nacional do PT divulgou as candidaturas majoritárias e alianças em 64 municípios com mais de 100 mil eleitores, dentre os quais 14 capitais. Em 12 delas, os nomes são de petistas, como Maria do Rosário, em Porto Alegre, e Natália Bonavides, em Natal. As duas exceções são Guilherme Boulos, do PSOL, em São Paulo, e Marcus Alexandre, do MDB, em Rio Branco. “Não estabelecemos metas ainda, mas esperamos ter um crescimento significativo no nosso campo. Onde não houver consenso, vamos resolver na Federação nacional”, afirma o senador petista Humberto Costa, coordenador do grupo de trabalho eleitoral da agremiação, em referência a casos onde há mais de uma pré-candidatura na Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PV e PCdoB. “Tínhamos uma expectativa inicial de que, com o advento da Federação, tivéssemos uma tática nacional capaz de servir de polo aglutinador das forças progressistas e, onde não tivéssemos condições de lançar candidato, pudéssemos isolar as forças de extrema-direita. O nosso objetivo principal deve ser criar condições de acúmulo político para o êxito do governo Lula e para viabilizar um avanço dos setores progressistas”, defende Davidson Magalhães, da direção nacional do PCdoB e coordenador do grupo de trabalho eleitoral da legenda. Os comunistas não devem lançar candidatos próprios nas capitais, mas estarão na disputa em municípios médios como Juazeiro, na Bahia, Campina Grande, na Paraíba, e Alcântara e Imperatriz, no Maranhão.