Na manhã desta quinta-feira (4), a Polícia Federal deflagrou a operação “Ficção ou Realidade”, com o objetivo de apurar a prática de tráfico internacional de armas de fogo e acessórios oriundos dos Estados Unidos, além de comércio clandestino de material bélico a facções criminosas e milícias cariocas.
Policiais federais cumprem seis mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, em Curitiba (PR) e Maringá (PR).
A investigação foi iniciada com base em informações da Receita Federal, que revelou que o grupo investigado importava material bélico de forma irregular e contratou uma empresa do ramo de efeitos cinematográficos para armazenar clandestinamente os armamentos, sob a premissa de estar lidando com “materiais de efeito não lesivo destinados ao serviço de show pirotécnico”, de maneira que não levantasse suspeita sobre a atividade criminosa.
Em janeiro deste ano, em novo ponto da investigação, autoridades dos Estados Unidos apreenderam, em Miami, uma expressiva quantidade de material bélico que estava prestes a ser enviado clandestinamente ao Brasil, por meio da empresa de fachada.
Na ocasião, foram apreendidos: 261 carregadores de alta capacidade, geralmente utilizados por milicianos e traficantes para exercer domínio territorial, segundo a PF, visto que comportam até 90 munições de grosso calibre e alto poder destrutivo; e 88 acessórios de conversão de armas de fogo chamados de “Kit Roni”, que conferem maior estabilidade e precisão ao armamento, assim como transformam armas semi-automáticas em armas automáticas ou que disparam rajadas de tiros.
Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional e comércio clandestino de armas de fogo e acessórios, além de associação criminosa. Caso sejam condenados, eles poderão receber pena de até 31 anos de reclusão.
A operação contou com o apoio de autoridades americanas e da inteligência do Ministério da Justiça.
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