A Polícia Federal decidiu investigar a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao se esconder na embaixada da Hungria em Brasília em fevereiro, dias após a corporação deflagrar operação sobre uma trama golpista para impedir a posse de Lula (PT) em 2022.
Em 8 de fevereiro, na Operação Tempus Veritatis, a PF apreendeu o passaporte de Bolsonaro, uma medida cautelar determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Quatro dias depois, o ex-capitão foi à representação húngara, onde passou duas noites.
A estadia veio à tona nesta segunda-feira 25, em reportagem do jornal The New York Times. Em nota, a defesa de Bolsonaro afirmou que a hospedagem ocorreu “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
Embora a PF tenha decidido apurar as circunstâncias do episódio, não abrirá um novo inquérito. Neste momento, o objetivo da corporação é entender se há conexão com investigações em andamento – por exemplo, aquela a mirar a conspiração após a eleição de 2022.
A operação deflagrada em fevereiro fechou o cerco sobre Bolsonaro, militares de alta patente e ex-ministros. Os fatos analisados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.