A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados solicitou nesta segunda-feira 25 ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, a abertura de uma investigação contra o general da reserva do Exército Walter Braga Netto por nomear, dias antes do assassinato de Marielle Franco, o delegado Rivaldo Barbosa como chefe de Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Em 2018 – anos antes de virar ministro e posteriormente candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro -, Braga Netto era o interventor federal na segurança pública do Rio, escolhido pelo então presidente Michel Temer. Em 8 de março daquele ano, o general assinou a nomeação de Rivaldo, que tomou posse no dia 13 – véspera do atentado contra Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.
No último domingo 24, com autorização do Supremo Tribunal Federal, a Polícia Federal prendeu Rivaldo e mais dois suspeitos de planejar e mandar matar Marielle: o deputado federal Chiquinho Brazão (RJ) e o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Domingos Brazão.
“Importa salientar que Braga Netto foi alertado que Rivaldo Barbosa era suspeito de ter ligações com a milícia carioca — e mesmo assim bancou a indicação do então chefe da Delegacia de Homicídios para a Secretaria de Polícia Civil”, diz a representação enviada pelo PSOL à PGR.
Segundo o partido, ao nomear Rivaldo, Braga Netto “deu o poder necessário para o artífice – e uma das cabeças pensantes – da execução de Marielle Franco e Anderson Gomes”.
“Fica o questionamento: qual a motivação do Sr. Braga Netto para ignorar as ligações do Sr. Rivaldo Barbosa com a milícia?”
Em nota divulgada no domingo, a defesa de Braga Netto afirmou que Rivaldo havia sido indicado pelo então secretário de Segurança Pública, o general Richard Nunes. “Por questões burocráticas, o ato administrativo era assinado pelo Interventor Federal que era, efetivamente, o governador na área da segurança pública no RJ”, sustentam os advogados.
Leia a íntegra da representação do PSOL:
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