Grandes Obras

Refém da privataria – Política – CartaCapital

Refém da privataria – Política – CartaCapital



O prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, tem feito por merecer o apoio do governador Tarcísio de Freitas ao seu projeto de reeleição. Em tempo recorde, o alcaide providenciou o estudo de impacto orçamentário que faltava para a privatização da Sabesp avançar na Câmara Municipal. A juí­za Celina Kiyomi Toyoshima, da 4ª Vara de Fazenda Pública da Justiça de São Paulo, havia cobrado o documento, além de exigir a realização de todas as audiências públicas previstas, para liberar a votação decisiva do projeto que dá o aval da cidade à venda. Apenas seis dias depois, lá estava o secretário municipal da Casa Civil, Fabrício Cobra, com a papelada na mão.

Na verdade, papelada é um termo impreciso. O tal estudo tem míseras quatro páginas, o suficiente para a Secretaria Executiva de Planejamento e Entregas Prioritárias da Prefeitura concluir – oh, surpresa! – que não haverá impacto algum. “A proposta legislativa não cria qualquer nova despesa ou implica qualquer renúncia de receita para o município”, diz o órgão. Crítico da privatização da Sabesp até pouquíssimo tempo, o presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, do União Brasil, deu-se por satisfeito e agora tem pressa para pautar a segunda e derradeira votação do projeto – na primeira, a venda da empresa foi aprovada por 36 votos a 18, com a adesão maciça da base de Nunes. O vereador pretende levar a pauta ao plenário na quinta-feira 2, após a conclusão desta reportagem. A oposição ainda tenta obter uma liminar para adiar. Sabe que, se a votação ocorrer no momento, a companhia de saneamento será, em breve, uma empresa sob controle privado.





Fonte: Carta Capital

administrator

Artigos Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *