A Comissão de Relações Exteriores do Senado aprovou nesta quinta-feira 18 a realização de uma audiência púbica com a presença de María Corina Machado, líder da oposição na Venezuela. O requerimento partiu dos senadores Esperidião Amin (PP-SC), Hamilton Mourão (Republicanos-RS) e Sergio Moro (União-PR). A data da reunião ainda não está definida.
O trio defende ouvir Machado sobre os motivos pelos quais ela e sua aliada Corina Yoris foram impedidas de disputar a eleição presidencial marcada para 28 de julho.
No fim de março, o presidente Lula (PT) classificou como “grave” o fato de que Yoris não conseguiu registrar sua candidatura. Ela seria apoiada por Machado, inabilitada a exercer cargos públicos por 15 anos. A Plataforma Unitária Democrática decidiu, então, indicar “provisoriamente” González Urrutia, devido à “clara impossibilidade de inscrever até o momento a candidatura eleita”.
Dias antes da declaração de Lula, o Itamaraty afirmou acompanhar com “expectativa e preocupação” o processo eleitoral na Venezuela e avaliou que o impedimento à candidatura de Yoris “não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”.
O chanceler venezuelano, Yvan Gil, reagiu com uma nota de repúdio ao comunicado, classificado por ele de “cinzento e intervencionista, redigido por funcionários da chancelaria brasileira, que parece ter sido ditado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos”. Segundo Gil, o texto apresenta “comentários carregados de profundo desconhecimento e ignorância sobre a realidade política na Venezuela”.