Para produzir menor impacto sobre o meio ambiente, tornar o trabalho mais sustentável e também atender à legislação, os gestores de obras devem seguir de perto as diretrizes sobre resíduos recicláveis na construção civil.
A construção civil é o setor da economia que mais gera resíduos sólidos. E estima-se que cerca de 90% dos resíduos podem ser reciclados. A reciclagem poupa recursos naturais, a energia, diminui o volume de resíduos da obra e também a poluição. Pode até trazer economia na contratação de matéria-prima, quando substituem alguns materiais convencionais por reciclados.
Mas, além de tudo, os materiais de reciclagem são uma medida consciente, que preza pela preservação do planeta e pelo legado que vai deixar para as próximas gerações. Os profissionais não só da construção civil, mas de áreas diversas, assim como a sociedade, estão cada vez mais atestando essas questões e cobrando uma postura responsável.
A reciclagem de resíduos de construção é uma medida de sustentabilidade que poupa recursos naturais e também traz economia de custos para a força de trabalho.
O que eles dizem as Leis no Brasil
No Brasil, a legislação que estabelece critérios, diretrizes e procedimentos para a gestão de resíduos da construção civil é Resolução Nº 307 do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente). O Conama é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional de Meio Ambiente.
Um marco para a gestão de resíduos no país foi a instituição, em 2010, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305). O PNRS foi o resultado de 21 anos de discussões sobre o tema no Congresso Nacional e trouxe uma série de inovações.
Mais recentemente, em abril de 2022, foi instituído o Plano Nacional de Resíduos Sólidos -Planares. É o principal instrumento da PNRS, com diretrizes, estratégias, ações e metas para modernizar a gestão de resíduos sólidos no país, inclusiva de resíduos recicláveis na construção.
O Plano Nacional traz como meta para a construção civil o aumento da reciclagem de resíduos. Hoje estamos no planalto de 7%, e o Plano projeta que até 2040 chegue a 25% da reciclagem. Então, o momento de começar é agora!
Os projetos do Plano Nacional de Resíduos Sólidos que o índice de reciclagem de resíduos da construção civil chega a 25% no ano de 2040. Em 2020 foi em 7% (fonte: National Solid Waste Plan / MMA)
Quais são os tipos de resíduos na construção civil?
A RCC (resíduos da construção civil) costuma ser chamada de “entulho”. De acordo com a definição do Conama, RCC são:
- aquelas provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil
- resultantes da preparação e escavação de terras
- tijolos, blocos de cerâmica, concreto em geral
- solos, rochas,
- metais, madeiras e compensados, forros
- resinas, colas
- argamassa, gesso
- pavimento asfáltico, vidro, plástico
- tubulações, fiação elétrica etc.
Em alguns lugares, usa o acrônimo RCD (resíduos da construção e demolição). No entanto, como vimos acima, a RCC também abrange os resíduos da demolição, não só construções e reformas. Por isso, neste texto, adoaremos apenas o termo RCC.
Quais são os resíduos e materiais recicláveis na construção civil?
Ainda de acordo com a resolução Conama Nº 307, a RCC é categorizada nas classes A, B, C e D. Desta forma, os resíduos reutilizáveis e recicláveis são aqueles das classes A e B, que podem ser adotados como agregados ou em outro alvo:
- Classe A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, como aqueles de pavimentação de obras, infraestrutura e terraplenos, componentes de cerâmica, argamassa, concreto, blocos, tubos e outros produzidos em canteiros de obras
- Classe B: resíduos recicláveis para outros destinos, tais como plásticos, papel, papelão, metais, vidro, madeira, embalagens vazias de tintas imobiliária e gesso
- Classe C: resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam sua reciclagem ou recuperação
- Classe D: resíduos perigosos decorrentes do processo de construção, como tintas, solventes, óleos e outros ou aqueles contaminados ou nocivos à saúde, bem como azulejos e outros materiais de amianto.
Lembrando que existem diferenças entre reutilização e reciclar. Os dois contribuem para a economia de matéria-prima. Mas, enquanto reutilizar é para dar um novo propósito ou novo uso ao material que seria descartado, reciclar implica o processamento do material, transformando-o por processos físicos e / ou químicos.
Assim, os resíduos das classes C e D não podem ser reutilizados nem reciclados. Primeiro da classe D, por ser perigoso, e os da Classe C, ainda não há método que permita a sua reciclagem-embora em tese possa um dia ser geralmente reciclado.
Como você faz o descarte de resíduos recicláveis da construção civil?
Um dos principais impactos ambientais da RCC é sua deposição irregular nas cidades. A partir de 2002, foram instituídas políticas públicas para implantação de áreas de manejo sustentável de tais resíduos.
Antes do início de um trabalho, a empresa responsável pela construção deverá apresentar o PGRCC- Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil ao corpo escrutinador. Para fazer esse gerenciamento de resíduos, você precisa conhecer os tipos de resíduos, como fazer sua gestão de descarte, reutilização e reciclagem.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o gerenciamento e gerenciamento de resíduos deve anoitá-lo a seguinte ordem de prioridade:
Ou seja, antes do descarte é essencial priorizar o reuso e a reciclagem de materiais.
Quem faz a reciclagem de RCC
Há estações de reciclagem apropriadas para receber e transformar resíduos de construção civil. Eles devem ser aptos a transformar o resíduo em material apropriado para uso na construção civil.
Para encontrar uma planta próxima ao seu trabalho, há alguns locais de pesquisa. Um deles é o site da Abrecon-Associação Brasileira de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição. Lá, você pode olhar para cima um mapa com mais de 300 usinas, moinhos móveis, ATTs (área de transbordo e triagem) e aterros inertes.
Cada empresa de reciclagem tem seus critérios para receber procedimentos materiais e logísticos. Um exemplo é o Ambiental Ambiental, São Bernardo do Campo (SP), que estabelece os seguintes critérios:
- somente escombros limpos, sem madeiras, plásticos ou quaisquer outros tipos de contaminantes
- o possível hardware na estrutura deve ser aparado
- dimensões máximas do 50 cm x 50 cm x 50 cm
- notches nas obras ou demolições que geram mais de 100 m3 de entulho, deve-agendar inspeção prévia para aprovação do material na fonte
- todas as viagens enviadas serão inspecionadas para aprovação do recibo.
Como colher resíduos na construção civil
No resto do mundo, países como EUA, Holanda, Japão, Bélgica, França e Alemanha, entre outros, vêm pesquisando a adoção de resíduos de reciclagem de resíduos da construção civil. Esses países investem na melhoria contínua dos procedimentos para a obtenção dos agregados.
Aqui no Brasil, a RCC reciclada é repurview mais comumente em obras de pavimentação, ou como agregado para concreto, ou ainda como agregado para argamassa. Este último tem a vantagem de poder ser aproveitados ainda no canteiro de obras, o que poupa os recursos financeiros e ambientais do transporte.
Gráfico com os materiais produzidos pela reciclagem de resíduos de construção. (fonte: Plano Nacional de Resíduos Sólidos / MMA)
A maior parte dos resíduos da construção civil é reciclada em estações de reciclagem. Eles podem produzir areia, pedrister, brita run, gravel e outros. Seu uso varia entre aplicativos como:
- base e sub-base de pavimentos
- base para pisos de concretagem, para pisos de bloqueio
- regularização de pistas
- pisos e contramedidas
- calçadas e passeios
- calçadas e passeios
- liquidação de guias
- estacionamentos
Novidade de concretoNovidade: agregados reciclados para concreto estrutural
Desde o ano 2021, o CB-18 aceita o uso de agregado reciclado para concreto estrutural. Esta foi uma revisão da norma ABNT NBR 15116 :2021-Aggregados reciclados para uso em Argamassas e concreto Cimento Portland-Requisitos e métodos de teste, que foi de 2004.
No entanto, recomenda-se apenas o agregado proveniente de resíduos de concreto. Além disso, esse agregado deve ser composto em sua fração de pelo menos 90% em massa de fragmentos para a base de Cimento Portland e rochas.
Já quando se trata de pavimentação de obras, a norma que regula o uso de agregado reciclado é ABNT NBR 15115-Aggregados reciclados da construção civil-Execução de camadas de piso-Procedimentos.
De acordo com esta norma, a camada de reforço do subleito, sub-base e base de agregado reciclado deve ser realizada com a Classe A. materiais Deve também ser evitado com a presença de matas, vidros, plásticos, gessos, forros, tubulações, fiação elétrica, papéis ou quaisquer materiais orgânicos ou não inertes, classificados como classe B, C e D.
Normas técnicas referentes aos materiais reciclados
- ABNT NBR 15116 :2021-Aggregados reciclados para uso em Argamassas e concreto Cimento Portland-Requisitos e métodos de ensaio
- ABNT NBR 15115 :2004-Aggregados de resíduos sólidos da construção civil-Execução de camadas de pavimento-Procedimentos
- ABNT NBR 15114 :2004-Resíduos sólidos da construção civil-Áreas De Reciclagem-Diretrizes para projeto, implementação e operação
- ABNT NBR 15113 :2004-Construção de sólidos e resíduos inertes-Aterros-Diretrizes para projeto, implantação e operação
- ABNT NBR 15112 :2004-Resíduos de construção e resíduos volumosos-Áreas de transbordo e triagem-Diretrizes para projeto, implementação e operação
Alguns números sobre construção civil
- estima-se que a construção civil consome entre 14 a a 50% dos recursos naturais disponíveis no planeta
- É responsável por representar cerca de 6,2% do PIB, faturando anualmente cerca de 1,1 trilhões de reais (fonte: Sebrae 2019)
- É responsável por cerca de 25% a 30% dos gases lançados na atmosfera (fonte: Green BuildingConcil Brasil)
- Os resíduos sólidos da construção civil no Brasil representam mais de 50% dos resíduos sólidos municipais
- estima-se que cerca de 90% da RCC possam ser reciclados