O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), empossou a deputada estadual Valéria Bolsonaro (PL) como secretária estadual de Políticas para as Mulheres nesta segunda-feira 6, durante cerimônia no Palácio dos Bandeirantes.
Antes, a pasta era chefiada pela vereadora Sonaira Fernandes, que foi assessora do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) e deixou o cargo no mês passado para disputar a reeleição. Na prática, a troca não deve representar mudanças significativas no perfil da secretaria, já que ambas estão ligadas ao bolsonarismo.
Na solenidade, Valéria evitou fixar compromissos para a sua gestão e, questionada por jornalistas, não soube informar qual o orçamento da pasta para este ano. A nova secretária limitou-se a dizer que defenderá a dignidade das mulheres e garantirá o “acolhimento contra qualquer tipo de violência”.
A pasta tem uma verba quase simbólica. Para 2024, o valor aprovado na Assembleia Legislativa de São Paulo era de 24 milhões de reais. Do total, porém, apenas 1 milhão de reais foram empenhados até o momento, de acordo com informações disponíveis no site do governo paulista.
Casada com um primo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Valéria adotou o nome do ex-capitão e ingressou na política em 2016 pelo PSC (Partido Social Cristão). À época, tentou uma cadeira na Câmara Municipal de Campinas (SP), sem sucesso. Quatro anos depois, elegeu-se deputada estadual com 54 mil votos e está no segundo mandato.
Na Alesp, sua atuação foi tímida. Nos seis anos de mandato, não apresentou qualquer projeto de lei sobre violência contra a mulher. Uma das suas propostas polêmicas, datada de 2019, prevê a extinção da Ouvidoria da Polícia de SP, órgão responsável por averiguar denúncias sobre atuação ilegal das forças de segurança do estado.
Quem também tomou posse nesta segunda-feira é a economista Andrezza Rosalém Vieira, que passou a chefiar a Secretaria de Desenvolvimento Social. De perfil técnico, ela substitui Gilberto Nascimento Júnior, vereador pelo PL que saiu do cargo e reassumiu mandato na Câmara para disputar a reeleição.
Com as novas integrantes, a gestão Tarcísio passou a ter 21 homens e 7 mulheres no primeiro escalão —antes eram 22 homens e 6 mulheres.