Arquitetura
Casa Clara / M2.senos arquitectos


- Área:
176 m²
Ano:
2024
Fabricantes: Aleluia Ceramics, Carpintaria Miguel Batista, Lda, Cerâmica Vale da Gândara, Fixocaleira, Lda, Geberit – Tecnologia Sanitária S.A, Velux – Portugal, Unipessoal Lda

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Costa Nova do Prado, a praia atlântica onde a Ria de Aveiro se encontra com o mar, é famosa pelos seus palheiros, descendentes de antigos armazéns de apoio às atividades piscatórias, que, ao longo de gerações, se tornaram habitações às riscas coloridas, para o gáudio dos veraneantes que têm a sorte de por lá passar.


Estes arquétipos de madeira, com a sua forma de celeiro e cores garridas, tendem, pela natureza das coisas, a ofuscar a existência de outra tipologia tradicional, que descende de uma arquitetura vernacular situada entre o palheiro e a casa gandaresa (casa rural da região). Essas construções, no entanto, assumem-se claramente como casas de férias, geralmente edificadas em adobe, com tipologias relativamente comuns, mas fachadas tipo “tampão”, adornadas com alguns elementos decorativos, ainda que singelos, onde as coberturas e os beirados assumem protagonismo.

Era precisamente uma dessas casas que tínhamos em mãos para recuperar. Os netos, testemunhas da linha do tempo do lugar e herdeiros daquela ruína devoluta, quiseram ali estabelecer a sua morada permanente. Localizada num gaveto da “rua do meio” (entre a ria e o mar), onde os elementos da água não se veem, mas se intuem, a casa apresenta quatro fachadas, uma cobertura com quatro partes, pontuadas por quatro mansardas, que lhe conferem uma complexidade formal acentuada por jogos de simetria e equivalência.


Duas das suas fachadas, a poente e a norte, confrontam o espaço público, enquanto as fachadas nascente e sul voltam-se para vielas (características no local). A viela a nascente é compartilhada para acesso a várias casas. A viela a sul constitui o único espaço exterior privado da casa, um corredor com 1,50m de largura. A entrada da casa faz-se diretamente a partir da rua e, por isso, criou-se um pequeno hall interior, que retarda a sala e organiza o espaço de estar e jantar, em continuidade com a cozinha, que comunica com a rua.

Ainda no piso térreo, uma suíte com Instalação Sanitária ocupa toda a largura da casa, usufruindo também do espaço exterior. Sob as escadas, dois espaços de máxima importância para a vivência e mínima para a presença: uma pequena instalação sanitária e uma área técnica/lavandaria, com acesso pelo exterior. No sótão, os dois quartos e a instalação sanitária aproveitam as diferentes coberturas, destacadas pelas vigas de madeira.

Todos os compartimentos possuem uma janela-piloto, cada uma voltada para um quadrante. Os exteriores foram, em grande parte, preservados, incluindo os elementos geométricos decorativos que pontuam os vãos, as paredes em adobe, as janelas de guilhotina em madeira, a cobertura em telha e os seus beirados, mantendo-se a intenção de restaurar a casa original, mantendo-se a cor branca das paredes, as orlas amarelas e as janelas de madeira lacadas a verde.


No entanto, durante o processo de obra, os materiais e a sua natureza foram-se revelando. O adobe e a madeira, em particular, ganharam um protagonismo inesperado, concluindo-se que o melhor fosse não mexer mais. Optou-se, assim, por uma certa crueza dos materiais, sintetizada na cor-terra da casa, que a torna simultaneamente mais abstrata, mas também mais objetiva.

Fonte: Archdaily
Arquitetura
Museu Sunner / Atelier Alter Architects



Descrição enviada pela equipe de projeto. Como líder na indústria chinesa de frangos de corte de penas brancas, o Grupo Sunner estabeleceu a maior cadeia industrial de criação e processamento de frangos do país. Em resposta a esse feito, o grupo planeja construir um museu do setor, que não apenas apresentará suas conquistas notáveis em ciência e tecnologia agrícola ao longo de quatro décadas, mas também funcionará como uma plataforma de intercâmbio de alto nível, tornando-se um centro dinâmico de conhecimento que impulsiona o desenvolvimento da agricultura moderna. O museu será implantado dentro da área fabril do Grupo Sunner, no Condado de Guangze, cidade de Nanping, na Província de Fujian. Localizado na extensão das Montanhas Wuyi, o entorno é rico em florestas e possui um ambiente ecológico agradável. Nessa região, o grupo estabeleceu um sistema de criação ecológica circular, com emissão zero de poluentes. Ao redor da base, as águas cristalinas do rio Futun contornam o terreno, enquanto a rodovia, a área residencial e as áreas reservadas estão organizadas de forma ordenada. A paisagem singular de montanhas e águas serviu de inspiração direta para o projeto arquitetônico.


Inspirados no conceito de “recriar a paisagem montanhosa”, os arquitetos buscaram integrar o edifício de forma orgânica ao entorno natural. Três coberturas curvas, que se elevam suavemente do solo com leve inclinação, recriam o perfil ondulante das Montanhas Wuyi, formando pátios suspensos e ajardinados. O desenho interligado das coberturas garante que os espaços internos sejam independentes, ao mesmo tempo em que permitem um fluxo fluido de circulação. Ao subir até a cobertura, os visitantes têm uma vista panorâmica das montanhas, do rio e da área industrial.


O projeto das fachadas foi inspirado nas chapas metálicas dobradas usadas em muros de contenção. Placas de concreto dobradas foram utilizadas para criar uma textura marcante. As dobras variam de forma e função de acordo com a área: nas partes inferiores, remetem à solidez dos muros de contenção; já nos espaços públicos, como a entrada, combinam-se a fachadas de vidro, criando ambientes internos transparentes. As frestas entre as dobras permitem a entrada de luz e a visualização da paisagem, enquanto a textura diagonal facilita a drenagem da água da chuva e disfarça com elegância as grelhas de ventilação.



O salão principal de exposições é sustentado por quatro grandes paredes de cisalhamento em forma de silos, que integram diversas áreas expositivas em seu interior. Entre os silos, um átrio vertical de 25 metros de altura oferece um espaço livre de colunas, ideal para exposições de grande escala. Uma claraboia voltada para o norte proporciona luz natural suave ao ambiente. Pensando no clima quente e úmido de Fujian, o edifício conta com telhado inclinado para drenagem eficiente e cobertura vegetal espessa para isolamento térmico. A iluminação e a organização funcional foram planejadas de forma inteligente, com os equipamentos técnicos ocultos na laje do telhado, fazendo com que a edificação se assemelhe a uma colina verde.



Após sua conclusão, o Museu Sunner tornou-se um novo ponto de partida para o turismo industrial na região das Montanhas Wuyi. Durante o dia, ele apresenta os avanços da agricultura moderna, e à noite, sua cobertura é aberta gratuitamente ao público, integrando-se à vida dos cidadãos e representando de forma vívida o conceito de “simbiose entre arquitetura e meio ambiente”. Este edifício redefine a relação entre construções industriais e a natureza, sendo uma expressão viva do desenvolvimento sustentável da agricultura moderna chinesa. Ele continuará contando a história do Grupo Sunner, tornando-se um capítulo marcante na cultura ecológica das Montanhas Wuyi.

Arquitetura
Edifício Residencial Newburgh Light House / Splinter Society



Descrição enviada pela equipe de projeto. Convenientemente localizado em Auburn Village, o Newburgh Light House oferece uma solução habitacional altamente sustentável, com capacidade para até 21 pessoas distribuídas em 10 níveis, em um terreno extremamente limitado de apenas 150m², junto a uma estação de trem histórica. Sem acesso direto pela rua e com a fachada norte colada a terrenos da VicTrack, o projeto enfrentou desafios complexos relacionados a normas de incêndio, métodos construtivos, acústica, iluminação natural e estabilidade estrutural. A solução foi uma mini torre, com um apartamento por andar, utilizando blocos de vidro como material principal para atender aos requisitos de luz e segurança. As fachadas translúcidas e os acabamentos reflexivos criam uma aparência de lanterna voltada ao espaço público, ao mesmo tempo em que geram um efeito suave e mutável dentro dos apartamentos.


Para superar as restrições construtivas, o projeto adotou uma abordagem modular e uma linguagem limpa e direta, comum em áreas urbanas densas. Elementos pré-fabricados foram usados nas fachadas norte e sul, com painéis de blocos de vidro e caixilhos embutidos operáveis, maximizando a entrada de luz e a vista. Essas fachadas exigiram transparência total e núcleos compactos, para garantir iluminação adequada mesmo se os terrenos ao redor forem ocupados no futuro. Os painéis metálicos detalhados podem ser apreciados tanto do interior quanto da estação de trem vizinha.



O térreo é feito de concreto moldado in loco, escolhido por sua resistência a possíveis acidentes ferroviários. Ele inclui bancos integrados que ativam o pequeno café na entrada, voltado para a passagem de pedestres ao lado dos trilhos. O piso de paralelepípedos de bluestone se estende desde a viela lateral até a travessia de pedestres do outro lado, criando um padrão pixelado que valoriza a permeabilidade visual e funcional do térreo, apesar do tamanho reduzido do lote.





O pedido dos clientes era criar um produto atrativo para moradores que desejam se mudar de bairros mais arborizados para algo mais compacto, mas sem abrir mão de conforto e praticidade com um toque de vida urbana. Isso levou à criação de apartamentos de andar inteiro, com elevadores que se abrem diretamente nas unidades e garagens privativas. Para ampliar o apelo — especialmente pela proximidade com o trem — os dormitórios e banheiros foram separados, incluiu-se a possibilidade de um terceiro ambiente isolável e um nível extra para armazenamento ou bicicletas, tornando-o também atraente para estudantes ou pessoas que dividem o imóvel. Essa organização não só é funcional como também garante boa iluminação natural e excelente ventilação cruzada, mesmo em um cenário futuro de construções vizinhas.


A linguagem modular da arquitetura se estende ao interior, com painéis de madeira, pedra natural e revestimentos cerâmicos. Os blocos de vidro também compõem o acabamento interno, criando jogos de luz ao longo do dia. Portas e paredes internas de vidro texturizado permitem a passagem de luz entre os ambientes. O último andar abriga uma cobertura personalizada, e uma das unidades é duplex, trazendo variedade mesmo dentro da lógica modular do edifício.

Equilibrando desempenho, escala e limitações severas do terreno, o projeto exigiu colaboração intensa entre arquitetos, consultores e construtores para que fosse possível, alcançando beleza através da simplicidade.


Durante o dia, o Newburgh Light House funciona como um conjunto refinado de residências adaptáveis, cheias de luz natural. À noite, transforma-se em um farol que ilumina e aquece a paisagem de Auburn Village e sua estação histórica.

Arquitetura
Casa de Telhado Duplo / Studio Tngtetshiu



Descrição enviada pela equipe de projeto. Uma igreja de tijolos vermelhos com 60 anos de idade está localizada ao lado do projeto, um espaço que foi renovado por nós há um ano e recebeu o nome de “Igreja da Igreja”. A missão era construir um novo complexo com uma residência, um armazém e um parquinho ao lado dela. Cada parte é independente em sua função, mas todas estão reunidas sob uma condição ocasional. Nossa intenção é evitar interferências de diferentes funções, mas manter certas conexões.





O sistema geral da edificação é formado por um espaço intermediário que ainda precisa ser definido, correspondente à abertura do eixo central da antiga igreja adjacente. Uma estrutura de aço foi aplicada ao novo volume, criando um contraste entre a leveza do aço e o peso do tijolo, característica da igreja de 60 anos de idade. A estética da edificação evoca as casas rurais revestidas com chapas metálicas, típicas do campo. O projeto se configura como um volume único, com dois conjuntos de telhados de duas águas, além de dois volumes independentes, cada um com seu próprio telhado. Desde sua concepção, a edificação abraça a complexidade e a contradição, simultaneamente funcionando como um armazém e uma residência, mesclando funções e formas de maneira harmônica e inovadora.









Os sistemas estruturais e as linguagens arquitetônicas, embora relacionados, apresentam características distintas nos dois volumes. Os fragmentos arquitetônicos resgatam as articulações dos elementos presentes na “Igreja da Igreja”, criando uma continuidade sutil entre as diferentes partes da edificação. As aberturas, com alturas e escalas variadas, estabelecem uma conexão fluida entre o interior e o exterior, preservando a privacidade dos espaços internos, ao mesmo tempo em que ampliam a percepção do ambiente exterior, criando uma sensação de abertura e integração.


Fonte: Archdaily
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