Arquitetura
Centro de Lazer do Conjunto Escolar Jules Ferry / DEMAIN

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Descrição enviada pela equipe de projeto. Situado na encosta de um bairro residencial e concebido como uma extensão do complexo escolar Jules Ferry, o novo centro de lazer de Cébazat é um volume compacto e térreo. A nova construção reorganiza os acessos, pátios e passagens das escolas de educação infantil e primária, integrando-se de forma harmoniosa ao entorno. Seu telhado de múltiplas inclinações favorece uma inserção suave no tecido urbano e gera volumes internos generosos, conferindo ao conjunto uma atmosfera acolhedora e doméstica, ideal para as crianças. O volume abriga três amplas salas de atividades e dois dormitórios multifuncionais, todos voltados para o leste, em direção aos pátios e áreas educativas. Um amplo espaço central de circulação, banhado por luz natural, funciona também como área de convivência. Pensado para oferecer um ambiente saudável, lúdico e sustentável, o projeto adota uma estrutura de madeira, isolamento em palha e vigas aparentes. As divisórias em blocos de cânhamo e o revestimento em reboco de terra reforçam a abordagem bioclimática e natural da proposta, enraizada no uso de materiais vivos e locais.


Um terreno, três níveis – O projeto tira partido da topografia do terreno ao se implantar na parte superior de um platô existente, conectado diretamente à rua, o que reduz a necessidade de terraplanagem e preserva a integridade do local. O volume térreo se abre para a Rue de Terre Blanche e conta com um amplo pátio sombreado, acessível a todos graças à criação de uma rampa e degraus. Essa área de recepção é equipada com mobiliário urbano, incluindo bicicletários, bancos, iluminação e vegetação. Duas passarelas organizam a circulação e o uso: uma passarela superior, arborizada, estende-se a partir do pátio e é destinada ao acesso técnico e à equipe, enquanto uma passarela inferior, reservada às crianças, conecta os playgrounds da escola ao centro de lazer. A compacidade do volume libera amplos espaços externos destinados às áreas de recreação, e zonas cobertas asseguram uma transição fluida entre interior e exterior — um pátio coberto junto à entrada principal ao sul e uma área recreativa protegida, diretamente ligada à passarela infantil ao norte.

O estilo arquitetônico, sóbrio e doméstico, manifesta-se por meio de uma cobertura multifacetada que dialoga com as casas vizinhas, os volumes escolares existentes e a paisagem natural. O uso de materiais e empreiteiros locais reforça o enraizamento do projeto na economia da região. As áreas externas estão sendo reestruturadas segundo os princípios dos “pátios-oásis”, oferecendo às crianças um ambiente agradável, verde e inclusivo: as árvores existentes são preservadas e a vegetação é densificada para formar ilhas de frescor. Uma diversidade de espécies locais, comestíveis e resistentes às mudanças climáticas é implantada em diferentes estratos. O solo foi projetado para ser permeável, utilizando gramados, áreas ajardinadas e cobertura orgânica. Os pátios são concebidos como espaços compartilhados, acessíveis e multifuncionais, equilibrando zonas de atividade e de descanso — com hortas, jogos de equilíbrio, áreas para piquenique, bancos, campos esportivos, caixas de areia, entre outros. Todos esses usos foram definidos em diálogo com os próprios usuários.


Uma nova identidade para o complexo escolar – A arquitetura do edifício baseia-se em três princípios fundamentais: 1) compactação controlada, que otimiza as superfícies de fachada; 2) duas reentrâncias volumétricas que marcam claramente as entradas — um pátio de acesso ao sul e um pátio recreativo ao norte; e 3) um telhado multifacetado, que cria uma silhueta familiar e doméstica, próxima ao universo da primeira infância. A organização espacial do centro de lazer se estrutura em torno de uma ampla área central de circulação que conecta as duas entradas e é concebida como um espaço de convivência, abrigando a recepção, os vestiários e o ponto de informação. Duas circulações secundárias permitem separar os fluxos: uma destinada à equipe e outra que conduz ao pátio e aos banheiros.

As salas de atividade voltam-se para o leste, em direção ao pátio, enquanto as áreas de serviço, administração e os banheiros se abrem para o oeste, voltadas para o acesso de serviço. Grandes aberturas de vidro criam uma conexão visual entre a área de circulação e as salas. Os telhados inclinados e arquetípicos contribuem para a qualidade dos espaços internos, gerando volumes amplos e revelando a estrutura. O princípio estrutural da edificação é simples e adaptável: vigas de madeira maciça estendem-se entre os beirais e as placas de parede, reduzindo o número de pontos de apoio e permitindo liberdade na configuração dos espaços, bem como a expansão futura do volume. Seguindo uma modulação regular, as fachadas são marcadas por montantes verticais que conferem ritmo e relevo ao revestimento. Três larguras distintas de beiral respondem às diferentes necessidades programáticas.

Layout e sinalização personalizados – Atenção especial foi dada à qualidade dos espaços interiores para atender às necessidades específicas do centro e das crianças. Os volumes internos generosos seguem as linhas do telhado inclinado, destacando a presença da madeira. O mobiliário feito sob medida, também em madeira, integra-se harmoniosamente ao ambiente, combinando estética e funcionalidade. Bancos com compartimentos para armazenamento, superfícies de trabalho adaptadas e armários embutidos contribuem para a coerência e a ergonomia das instalações. Projetada para promover o bem-estar, a consciência espacial e o desenvolvimento sensorial das crianças, a paleta de cores das salas foi cuidadosamente estudada. Uma atmosfera acolhedora emerge da combinação equilibrada entre cores e materiais: madeira na estrutura, painéis e forro, piso de linóleo, tons de vermelho nas paredes de cânhamo e painéis de cortiça, e verde aplicado pontualmente em elementos específicos, como bancadas e azulejos.


A sinalização foi desenvolvida especialmente para o centro de lazer, tendo o telhado arquetípico como símbolo da edificação. Essa identidade visual está presente nas placas de entrada e nos adesivos aplicados nas janelas. Toda a sinalização foi produzida em chapa de alumínio escovado, conferindo durabilidade e elegância ao conjunto. Os nomes das salas foram definidos em conjunto com os usuários, reforçando o caráter participativo do projeto.

Materiais naturais e sustentáveis – A edificação reflete uma abordagem comprometida e enraizada no contexto local, concebida para servir plenamente aos seus usuários. O uso de materiais de origem natural e regional possibilitou a criação de um ambiente saudável e adequado para as crianças. O projeto foi desenvolvido com estrutura e vedação em madeira, associadas a isolamento em palha, sendo grande parte dessa madeira proveniente do Massif Central. As divisórias internas são compostas por blocos de cânhamo com reboco de terra ou por estruturas de madeira revestidas com painéis perfurados do mesmo material. O revestimento do teto e o mobiliário também são executados em madeira, enquanto os pisos utilizam linóleo natural. A base da construção é feita em concreto de baixo carbono. Atenção especial foi dada à durabilidade da madeira utilizada em áreas externas: optou-se por um revestimento pré-envelhecido que garante um processo de maturação controlado ao longo do tempo. Além disso, as esquadrias externas, certificadas pelo selo BTMC, receberam pintura de proteção que assegura uma vida útil superior a dez anos.


O projeto se destaca por sua eficiência em diversos aspectos — desde a compactação e a inércia térmica até o isolamento e o sistema de produção e consumo de energia. Em relação à ventilação, um poço garante a ventilação natural das áreas sanitárias, enquanto um sistema de fluxo duplo atende às salas maiores. Para aquecimento e resfriamento, o centro de lazer utiliza energia geotérmica associada a uma bomba de calor água/água. Esse sistema reversível, adequado tanto para o inverno quanto para o verão, permite aquecer e resfriar os ambientes de forma econômica por meio do piso. Todo o equipamento técnico foi cuidadosamente integrado à arquitetura: as grelhas de ventilação foram discretamente posicionadas, os dutos ocultos nos forros, os coletores incorporados ao mobiliário, e a cobertura já está preparada para a futura instalação de painéis solares.

Fonte: Archdaily
Arquitetura
Pavilhão Wuhan LuxeIsland / ZHIFEI ARCHITECTURE DESIGN

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Descrição enviada pela equipe de projeto. Em resposta ao crescente desejo de escapar das selvas de concreto urbanas, Wuhan LuxeIsland surge como uma utopia natural nos arredores da cidade. Esse destino de turismo cultural, concebido pela Wuhan Wide Horizon Real Estate, materializa uma visão de coexistência harmoniosa entre as pessoas e o meio ambiente. Orientado por uma filosofia de “baixa intervenção e alta integração”, o projeto permite que a natureza assuma o protagonismo, enquanto arquitetura e paisagem se entrelaçam em um diálogo contínuo, tecendo uma narrativa coerente da natureza — da escala territorial ao detalhe mais delicado.


A arquitetura atua como uma “presença que desaparece” e como uma “interlocutora”, moldando-se aos contornos naturais do terreno. A incorporação de espaços intermediários, abrigados sob beirais, e de zonas de transição semiabertas intencionalmente desfoca as fronteiras entre interior e exterior. Esses elementos conectam os visitantes à paisagem ao redor, transformando a experiência espacial em um diálogo contínuo e dinâmico entre as pessoas e o lugar.



O telhado apresenta três curvas suavemente convergentes, sob as quais três volumes elípticos independentes abrigam os banheiros, áreas de armazenamento e instalações de apoio ao parque. Seus perfis curvos e contínuos dissolvem as barreiras visuais entre a forma construída e o cenário natural. A separação entre as paredes e a cobertura acentua a aparência flutuante da estrutura, favorece a ventilação passiva e reduz a dependência de sistemas mecânicos — permitindo que o volume “respire” em consonância com os princípios ecológicos do parque.



Vasos cilíndricos, embutidos tanto na cobertura quanto nas paredes, estendem a estrutura de aço corten para baixo, criando uma experiência espacial interativa. Cada tubo envolve uma árvore, estabelecendo uma relação simbiótica entre arquitetura e natureza, onde abrigo e luz filtrada se entrelaçam para criar uma sensação de dupla contenção. Os visitantes são convidados a atravessar o espaço e mergulhar em uma atmosfera de serenidade.


Uma paleta de materiais composta por concreto e aço corten estabelece um diálogo profundo com a natureza. O acabamento texturizado do concreto reflete a materialidade inerente do lugar, enquanto o aço corten desenvolve, ao longo do tempo, uma pátina de ferrugem que permite à arquitetura adquirir vestígios de crescimento e envelhecimento. No interior, azulejos em tons quentes, combinados com tijolos de terracota, criam um contraponto tátil que conduz os visitantes da exploração ao repouso, por meio de sutis variações de textura e temperatura.


Fonte: Archdaily
Arquitetura
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Arquitetura
Conjunto Residencial Ses Veles Puigpunyent / Alventosa Morell Arquitectes

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Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizado em Puigpunyent, Mallorca, este projeto, promovido pelo IBAVI (Instituto Balear da Habitação), propõe um edifício concebido segundo critérios de sustentabilidade, eficiência energética e respeito ao ambiente natural. Para isso, parte-se de um modelo de economia local que valoriza o resgate de ofícios tradicionais, sistemas construtivos e estratégias passivas próprias da cultura insular vernacular.

Com dois andares e cobertura em duas águas, o edifício é organizado em seis residências — quatro no térreo e duas no pavimento superior. As unidades do térreo possuem um quarto e acesso a um espaço exterior privativo, enquanto as residências superiores dispõem de dois quartos e se abrem, cada uma, para o seu próprio terraço. Propõem-se espaços abertos, flexíveis e adaptáveis, que se conectam de forma direta, tendo a cozinha como núcleo central. Essa distribuição resulta da combinação de três vãos estruturais.

A materialidade do edifício dialoga com o entorno, recorrendo a materiais e técnicas locais. As fachadas de concreto ciclópico incorporam pedras e terra provenientes da própria escavação. As divisórias são executadas em cerâmica da região, preenchidas com areia excedente de pedreiras próximas e finalizadas com argila e palha. Pisos e esquadrias utilizam madeira certificada pelo FSC. Os revestimentos interiores de cal local, a pavimentação exterior, os azulejos e as telhas também foram obtidos na região, reforçando o compromisso com uma construção de baixo impacto e identidade vernacular.




O edifício foi projetado estrategicamente para maximizar a captação solar no inverno e reduzir a demanda por refrigeração no verão, incorporando ventilação cruzada, proteção solar, alta inércia térmica em pisos e paredes, além de propriedades higroscópicas e de respirabilidade que regulam a umidade interna. A cobertura, concebida segundo o princípio “Trombe”, atua como elemento passivo de captação no inverno e é ventilada no verão, regulando a temperatura interna e dispensando sistemas ativos. Por fim, os pátios privativos funcionam como elementos de controle e filtragem do ar, contribuindo para a ventilação natural das residências.

Com um consumo energético quase nulo (1,7 kWh/m²·ano, NZEB), o projeto reduz as emissões de CO₂ em 50%, enquanto os critérios de circularidade permitem uma diminuição de 60% na geração de resíduos. Além disso, houve a preocupação de adotar sistemas construtivos que possibilitem a separação e reutilização dos materiais em caso de demolição. A Análise do Ciclo de Vida (ACV) demonstra um baixo custo de carbono na construção — 230 kg CO₂/m² — o que representa uma redução de 50% em relação a edificações convencionais.

O resultado é um conjunto residencial que minimiza seu impacto sobre o entorno, ao mesmo tempo em que fortalece a economia local e estimula a regeneração territorial. Ao incorporar materiais e técnicas vernaculares, Ses Veles Puigpunyent propõe uma arquitetura em diálogo com a cultura insular, que alia inovação técnica e responsabilidade ambiental.

Fonte: Archdaily
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