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Economia

Dólar à vista abre em alta e segue ritmo em linha com exterior

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O dólar à vista abriu esta quarta-feira, 24, em alta de 0,35%, R$ 5,2976, e segue neste ritmo, em linha com mercado global. Após renovar mínima em mais de um ano na terça, 23, em meio à expectativa de uma possível reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o americano Donald Trump na próxima semana, a divisa americana ante o real passa por correções nesta manhã.

O dólar avança contra grande parte das moedas fortes, refletindo cautela dos investidores após novas falas do Federal Reserve. O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou na terça que os preços das ações estão “altamente valorizados” e voltou a defender uma postura vigilante antes de novos cortes de juros. As bolsas europeias repercutem negativamente essa leitura, enquanto os futuros de Nova York estão no campo positivo, sustentados por setores mais ligados à tecnologia.

Ainda na cena externa, dirigentes regionais do Fed mantêm a mensagem de cautela. Austan Goolsbee, de Chicago, reforçou que os cortes de juros virão, mas alertou para os riscos de inflação, enquanto Mary Daly, de São Francisco, discursa nesta quarta, às 17h10, em evento. O petróleo também está no radar, com altas, refletindo novas ameaças tarifárias do presidente Trump contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.

No Brasil, a expectativa de uma reunião formal entre Lula e Trump na próxima semana reforça o apetite por ativos domésticos, mas diplomatas ainda trabalham para alinhar temas e agenda. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem que a intenção é “separar política de economia” nas conversas com os EUA, em meio às preocupações sobre tarifas e retaliações comerciais. O assessor especial da Presidência, Celso Amorim, ressaltou que o governo ainda aguarda desdobramentos da breve interação entre os líderes nos corredores da ONU.

A agenda doméstica traz ainda pontos de atenção. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado avalia a chamada PEC da Blindagem, cuja tramitação enfrenta resistências, e Haddad participa de audiência na Comissão de Agricultura da Câmara. No Congresso, o presidente da Câmara, Hugo Motta, agendou para 1º de outubro a votação do projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil.

Nesta quarta-feira, a agenda está mais esvaziada de indicadores macroeconômicos. Dois dados foram divulgados mais cedo pela Fundação Getulio Vargas: o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) – que cresceu 1,3 ponto em setembro comparado ao mês anterior, atingindo 87,5 pontos – e a aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) em todas as sete capitais pesquisadas na terceira quadrissemana de setembro.

Na terça, o dólar à vista fechou em queda de 1,11%, a R$ 5,2791, menor nível desde 6 de junho de 2024. Já o dólar futuro para outubro terminou em baixa de 1,10%, a R$ 5,2860.

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Os papéis da gigante chinesa em Hong Kong fecharam em alta de 9,2% a 174,00 dólares de Hong Kong, seu nível mais alto em quatro anos, superando o avanço de 2,5% do Índice Hang Seng Tech. Já o ADR em Nova York tinha ganho de 9,1% no pré-mercado, por volta das 8h30 de Brasília

Estadao Conteudo | 09:45 – 24/09/2025



Fonte: Notícias ao Minuto

Economia

CNU divulga nota de provas e faz convocação para segunda fase nesta quarta-feira (12)

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O CNU (Concurso Nacional Unificado) divulga nesta quarta-feira (12) as notas finais das provas objetivas e libera a consulta às imagens dos cartões de resposta. Conforme previsto no edital, também serão convocados, nesta data, os candidatos que participarão da prova discursiva, que é a segunda fase e será aplicada no dia 7 de dezembro.

Haverá ainda a convocação para a prova de títulos. O envio dos documentos deverá ser feito entre os dias 13 e 19 de novembro.

A consulta das notas pode ser realizada na área do candidato no site da FGV (Fundação Getulio Vargas), organizadora do concurso. A divulgação dos resultados finais está prevista para o dia 20 de fevereiro, quando será realizada a primeira convocação para confirmação de interesse dos classificados.

Eduardo Cambuy, professor do Gran Concursos, afirma que os convocados para a segunda fase devem comemorar, pois a aprovação na primeira etapa já representa uma conquista. Depois disso, é importante intensificar os estudos de redação para a segunda fase, dedicando-se ao treino de uma a três vezes por semana. Ele diz que a correção dos textos deve ser feita por uma terceira pessoa, para evitar avaliações enviesadas.

Segundo o professor, é essencial treinar por temas. Para candidatos de nível superior, o ideal é focar assuntos específicos da área de atuação, enquanto os de nível médio devem priorizar temas mais gerais, voltados à administração pública.

Para todos os cargos de nível superior, as provas serão aplicadas das 13h às 16h. Os candidatos do nível intermediário participarão da segunda fase das 13h às 15h.

Além disso, nos cargos de nível superior, a prova discursiva será composta por duas questões, valendo 22,5 pontos cada, podendo totalizar 45 pontos. Para os cargos de nível intermediário, a prova terá uma redação em formato dissertativo-argumentativo e poderá totalizar 30 pontos.

As provas discursivas deverão ser respondidas em até 30 linhas, para cada uma das questões ou redação.

PASSEI PARA A SEGUNDA FASE. O QUE FAÇO?

Letícia Bastos, professora do Gran Concursos, diz que o primeiro passo é ler com atenção o edital complementar da segunda fase, pois ele detalha regras específicas importantes como: formato do texto, critérios de correção, conteúdo programático e pontuação.

Segundo ela, nos blocos de nível superior (1 a 7) a etapa discursiva exigirá a elaboração de uma questão técnica dissertativa, ou seja, uma redação voltada para o conhecimento específico da área. Com isso, o estudo deve se concentrar no conteúdo da especialidade, com prática de escrita e simulações com base nos temas mais prováveis.

Para os blocos 8 e 9, que reúnem os cargos de nível intermediário, a proposta da segunda fase será uma dissertação argumentativa clássica, com tema geralmente ligado à área de atuação. A professora diz que é exigida capacidade de refletir, argumentar com coerência e coesão, desenvolver ideias com clareza e apresentar boa estrutura textual. “Nesse caso, mais do que tecnicidade, o diferencial será a qualidade da argumentação e da escrita, nos moldes de provas tradicionais de redação”, diz.

QUAL É A MELHOR ESTRATÉGIA PARA O DIA DA PROVA?

No dia da prova, Letícia diz que a estratégia deve combinar atenção ao tempo, clareza na leitura do enunciado e planejamento do texto antes de começar a redigir.

Para cargos de nível superior, ela afirma que é recomendado dividir o tempo. “Reserve alguns minutos para rascunho, depois escreva cada questão com foco conceitual e responda com profundidade, evitando divagar”, diz a professora.

Já para cargos de nível intermediário, em que haverá uma redação dissertativa‑argumentativa, o foco está em argumentação clara, coesão e norma culta. Nesse caso, a especialista diz que o planejamento breve da tese e dos argumentos principais ajuda a economizar tempo e construir um texto organizado.

Nos dois níveis, é necessário revisar o texto ao final, cuidar da legibilidade e evitar ultrapassar o limite de linhas.

A PROVA OBJETIVA PODE AJUDAR NA MINHA PREPARAÇÃO PARA A SEGUNDA FASE?

Sim. Eduardo Cambuy diz que a primeira fase mostra o direcionamento da banca com relação a alguns conteúdos. Letícia Bastos afirma que o resultado final da prova objetiva serve como um termômetro da posição do candidato na disputa, informação que é essencial para calibrar a preparação na segunda fase.

“Quem perceber que ficou bem classificado pode se concentrar em manter o desempenho, aperfeiçoando aspectos como estrutura textual e domínio técnico do conteúdo. Já quem estiver mais próximo do corte, ou na zona de risco, precisa usar essa informação como estímulo para redobrar o foco, especialmente revisando conteúdos a fim de aprofundá-los”, diz a especialista.

A professora também adiciona que a nota da objetiva ajuda a projetar o cenário da concorrência e a traçar uma estratégia mais realista para consolidar a vaga ou para tentar uma recuperação por meio da discursiva.

VEJA O CALENDÁRIO DO CNU 2025

Evento – Data

  • Disponibilização da imagem do cartão de respostas – 12/11/2025
  • Divulgação das notas finais das provas objetivas e convocação para as pessoas candidatas para a realização da prova discursiva – 12/11/2025
  • Obtenção impressa do cartão de confirmação de inscrição para realização da prova discursiva – 1/12/2025
  • Aplicação da prova discursiva – 7/12/2025
  • Divulgação da nota preliminar da discursiva e disponibilização do espelho de correção – 23/01/2026
  • Interposição de eventuais pedidos de revisão das notas da prova discursiva – 26/01 e 27/01/2026
  • Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas da prova discursiva e do resultado definitivo da prova discursiva – 18/02/2026
  • Divulgação do resultado dos pedidos de revisão das notas dos títulos e do resultado definitivo dos procedimentos para as pessoas candidatas negras, indígenas e quilombolas e para as pessoas com deficiência – 18/02/2026
  • Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após a realização das fases 1 a 4 – 20/02/2026
  • 1ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 20/02/2026
  • Período para a 1ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 21/02 a 23/02/2026
  • Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 1ª confirmação de interesse – 27/02/2026
  • 2ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 27/02/2026
  • Período para a 2ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 28/02 a 02/03/2026
  • Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 2ª confirmação de interesse – 6/03/2026
  • 3ª convocação para confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 6/03/2026
  • Período para a 3ª confirmação de interesse das pessoas candidatas classificadas – 7/03 a 9/03/2026
  • Previsão de divulgação das listas com as classificações das pessoas candidatas, em vagas imediatas e lista de espera, após o resultado da 3ª confirmação de interesse – 16/03/2026
  • Início das convocações para nomeação, e, quando couber, para o procedimento de investigação social e funcional, a realização da defesa de memorial e prova oral e o curso ou programa de formação – 16/03/2026



Fonte: Notícias ao Minuto

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Economia

Dólar fecha em R$ 5,27, menor valor desde junho de 2024, e Bolsa bate 12º recorde seguido

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar caiu 0,62% nesta terça-feira (11) e encerrou o dia cotado a R$ 5,273 -o menor valor em quase um ano e meio. O desempenho da moeda americana foi influenciado principalmente pelo possível fim da paralisação do governo dos Estados Unidos (conhecida como “shutdown”).

A última vez que o dólar esteve nesse patamar foi em 6 de junho de 2024, quando fechou em R$ 5,254, segundo dados da Bloomberg.

O dia também foi positivo para a Bolsa de Valores brasileira, que renovou o recorde histórico pelo 12º dia consecutivo e bateu a 15ª sessão seguida no positivo. Fechou em disparada de 1,77%, a 158.015 pontos, segundo dados preliminares. No melhor momento do pregão, chegou a 158.467 pontos.

É a primeira vez que o Ibovespa roda acima de 156 mil pontos, e, por consequência, de 157 mil e 158 mil pontos também. Além do cenário dos Estados Unidos, o desempenho é atribuído às expectativas dos investidores sobre a taxa Selic, tendo a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) e dados de inflação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de pano de fundo.

A forte valorização dos ativos brasileiros refletiu a disposição dos mercados globais por investimentos considerados mais arriscados. Esse movimento, apelidado de “apetite por risco” no jargão, teve início na noite de segunda-feira (10), quando o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei para reestabelecer o financiamento para agências federais.

Com 60 votos favoráveis e 40 contrários, a Casa deu o primeiro passo para encerrar a maior paralisação da história do governo norte-americano, em curso desde 1º de outubro.

Para os mercados, o possível encerramento do shutdown guarda a promessa de normalização. A falta de financiamento deixou centenas de milhares de servidores em licença não remunerada, voos em atraso e, no ponto mais sensível para os operadores, o Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) no escuro.

A paralisação afetou a divulgação de dados econômicos essenciais para balizar as decisões de política monetária do banco central, como de inflação e de desemprego. A falta de visibilidade sobre a temperatura da economia pode impedir a continuidade do ciclo de cortes de juros -possibilidade aventada pelo presidente do Fed, Jerome Powell, em entrevista coletiva após a reunião de outubro.

Nesse sentido, explica Fernanda Campolina, sócia da One Investimentos, a tendência é que, com o fim da paralisação, o Fed se sinta “mais confortável” para realizar novos cortes ainda em 2025, “o que favorece mercados emergentes como o Brasil”.

O texto segue agora para a Câmara dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil), cujo presidente, Mike Johnson, afirmou que pretende aprová-lo até quarta-feira (12). Depois, o projeto segue para sanção do presidente Donald Trump.

A medida prorroga o financiamento federal até 30 de janeiro, mantendo o governo no caminho de adicionar cerca de US$ 1,8 trilhão por ano à dívida pública, que já soma US$ 38 trilhões.

Reduções nos juros dos EUA costumam ser uma boa notícia para os mercados globais. Como a economia norte-americana é vista como a mais sólida do mundo, os títulos do Tesouro, também chamados de “treasuries”, são um investimento praticamente livre de risco.

Quando os juros estão altos, os rendimentos atrativos das treasuries levam operadores a tirar dinheiro de outros mercados. Quando eles caem, a estratégia de diversificação vira o norte, e investimentos alternativos ganham destaque.

Essa perspectiva desvalorizou o dólar globalmente. O índice DXY, que compara a moeda americana em relação a uma cesta de outras seis divisas fortes, caiu 0,14%, a 99,44 pontos.

No caso do Brasil, há ainda mais um fator que favorece os ativos domésticos: o diferencial de juros. Quando a taxa nos Estados Unidos cai e a Selic permanece em patamares altos, investidores se valem da diferença de juros para apostar na estratégia de “carry trade”. Isto é: toma-se empréstimos a taxas baixas, como a americana, para investir em mercados de taxas altas, como o brasileiro.

Por isso, a ata da última reunião do Copom, divulgada mais cedo, reforçou o otimismo. O documento mostrou que o comitê está mais convicto de que a manutenção da taxa básica de juros do país em 15% por tempo “bastante prolongado” será suficiente para levar a inflação à meta.

O colegiado reconheceu que houve moderação gradual na atividade econômica, “certa” diminuição da inflação corrente e “alguma” redução nas expectativas de inflação. Apesar do avanço, as expectativas permanecem acima da meta buscada pelo BC, e esse cenário requer juros altos.

“A mensagem passada pela ata é de que, mesmo com a inflação mais comportada, não há espaço para cortes de juros no curtíssimo prazo. O tom da ata busca preservar credibilidade e ancorar expectativas, mostrando que o foco segue no combate à inflação de forma consistente e duradoura”, afirma José Áureo Viana, Economista, assessor e sócio da Blue3 Investimentos.

O mercado agora espera que o primeiro corte da taxa Selic aconteça na primeira reunião do ano que vem, em janeiro. Essa perspectiva impulsionou o Ibovespa, afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Dados de inflação do IPCA, o índice oficial de inflação do país, também foram motor para o impulso. O indicador subiu 0,09% em outubro, abaixo da taxa de 0,48% de setembro e da mediana de projeções de 0,15% da Bloomberg. Em 12 meses até outubro a inflação foi de 4,68%, ante expectativa de 4,75%.

“A inflação mais baixa e o recuo dos juros futuros ampliam o apetite por risco e sustentam o ingresso de capital estrangeiro”, diz Sashini.

“Além disso, a alta do petróleo fortalece as ações de Petrobras, ajudando a consolidar a sequência de altas. Com o cenário externo mais estável e o diferencial de juros ainda elevado, o mercado projeta espaço para o índice continuar avançando nos próximos meses.”

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Fonte: Notícias ao Minuto

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Economia

Inflação desacelera a 0,09% e tem menor taxa para outubro desde 1998

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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,09% em outubro, após marcar 0,48% em setembro, segundo dados divulgados nesta terça (11) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

A taxa de 0,09% é a menor para meses de outubro em 27 anos, desde 1998 (0,02%). O resultado veio abaixo da mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,15%, conforme a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,08% a 0,23%.

O IPCA também desacelerou no acumulado de 12 meses. A inflação passou a 4,68% até outubro, após marcar 5,17% até setembro. A taxa mais recente é a menor desde a registrada até janeiro deste ano (4,56%).

O acumulado segue acima do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central), mas parte dos analistas vê agora mais chances de o IPCA encerrar o ano dentro do intervalo de tolerância.

“A gente está caminhando para ter uma inflação provavelmente dentro da meta ao final de 2025. O IPCA de dezembro deve escorregar para baixo de 4,5%. É a principal expectativa”, afirma Leonardo Costa, do Asa, que atua no setor financeiro.

CONTA DE LUZ PUXA IPCA PARA BAIXO

A inflação de outubro perdeu força devido a fatores como o alívio da energia elétrica. A conta de luz teve queda no mês passado (-2,39%), puxando o IPCA para baixo, com impacto de -0,10 ponto percentual.

Se a energia fosse retirada dos cálculos, o índice teria subido 0,20%, de acordo com o IBGE.

A redução veio após uma forte alta da conta de luz em setembro (10,31%). As faturas avançaram na ocasião com o fim do bônus de Itaipu, um desconto temporário que havia sido aplicado em agosto.

Em outubro, o custo da energia continuou sob bandeira vermelha, mas no patamar 1. Isso significou uma sobretaxa menor que no patamar 2, em vigor em setembro.

Com o impacto da conta de luz, o grupo habitação teve queda em outubro (-0,30%). Os outros dois segmentos em baixa foram artigos de residência (-0,34%) e comunicação (-0,16%).

Economistas afirmam que a trégua do dólar contribuiu para frear os preços de bens industriais, uma das surpresas para baixo em outubro.

GRUPO ALIMENTAÇÃO E BEBIDAS PARA DE CAIR

O grupo alimentação e bebidas, por sua vez, interrompeu uma sequência de quatro meses consecutivos em queda. Houve relativa estabilidade dos preços em outubro, com leve variação positiva (0,01%).

O resultado reflete situações contrárias. De um lado, a alimentação fora do domicílio, em locais como restaurantes, acelerou o ritmo de alta na passagem de setembro (0,11%) para outubro (0,46%).

Já a alimentação dentro do domicílio, ou seja, a comida consumida em casa, seguiu em queda pelo quinto mês consecutivo. A baixa dos preços em outubro (-0,16%), contudo, foi a menos intensa dessa sequência.

O gerente da pesquisa do IPCA, Fernando Gonçalves, disse que a safra “mais abundante” de alimentos como o arroz reduziu a pressão sobre os preços nos últimos meses.

O IBGE destacou as quedas desse produto (-2,49%) e do leite longa vida (-1,88%) em outubro. Do lado das altas, o instituto sublinhou a batata-inglesa (8,56%) e o óleo de soja (4,64%).

Para Fernando, é possível que o momento mais confortável dos preços da comida, com taxas negativas, tenha ficado para trás. Na reta final do ano, os alimentos costumam subir com o fim de parte das safras e a demanda típica do período.

Enquanto a energia elétrica (-2,39%) puxou o IPCA de outubro para baixo, as altas do aluguel residencial (0,93%), da passagem aérea (4,48%) e do plano de saúde (0,50%) pressionaram o índice.

A inflação dos serviços ainda é um ponto de atenção, dizem economistas. Acelerou de 0,13% em setembro para 0,41% em outubro.

Houve impacto de componentes como alimentação fora do domicílio, aluguel e passagem aérea. Em 12 meses, os serviços acumularam alta de 6,20%, acima do IPCA (4,68%).

PROJEÇÕES, META E JUROS

Na mediana, as projeções do mercado financeiro apontam inflação de 4,55% nos 12 meses de 2025, conforme o boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda (10).

Em 2025, a instituição passou a perseguir a meta de maneira contínua, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).

No novo modelo, o objetivo é considerado descumprido quando o IPCA acumulado permanece por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto). O centro do alvo é 3%.

O índice estourou a meta contínua pela primeira vez em junho. A volta para o teto de 4,5% até dezembro não aparecia no radar de analistas, mas esse cenário começou a mudar nas últimas semanas.

“Diante das recentes surpresas para baixo, devemos revisar nossa projeção para o IPCA de 2025, que hoje é de 5%, e vemos a possibilidade de terminarmos o ano com a inflação dentro do intervalo de tolerância da meta”, disse a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, após a divulgação do IBGE.

Ela e outros analistas afirmaram que alimentos e bens industriais mostraram números menores do que os esperados em outubro.

O Copom (Comitê de Política Monetária) indicou nesta terça ter maior convicção de que a manutenção da taxa básica de juros (Selic) no atual patamar de 15% ao ano por tempo bastante prolongado será suficiente para levar a inflação à meta, segundo ata divulgada pelo BC.

“De modo geral, o dado [do IPCA] consolida a percepção de um ambiente mais favorável para o início de cortes na Selic, tendência que deve ganhar força nos próximos dias”, avaliou Rodrigo Marques, gestor de fundos e economista-chefe da Nest Asset Management.

As projeções do mercado ainda indicam Selic inalterada até o final de 2025. O Copom tem mais uma reunião no ano, agendada para 9 e 10 de dezembro. A aposta dos analistas é que os cortes comecem em 2026.

O juro alto dificulta parte do consumo e dos investimentos, já que o crédito fica mais caro. Ao reduzir a demanda, a Selic de dois dígitos tende a gerar uma pressão menor sobre os preços, aliviando a inflação.

O efeito colateral esperado é a perda de ritmo da atividade econômica. Há dúvidas, porém, se o governo Lula (PT) abrirá mão de medidas de estímulo ao PIB (Produto Interno Bruto) perto das eleições de 2026.

VITÓRIA TEM MAIOR ALTA

Entre as 16 capitais e regiões metropolitanas pesquisadas no IPCA, Vitória mostrou a maior inflação acumulada nos 12 meses até outubro: 5,39%. São Paulo e Aracaju vieram na sequência, com altas de 5,17%.

Os três locais são os únicos com variações acima de 5%.

Seis metrópoles, por outro lado, registraram IPCA abaixo de 4,5%. Foram os casos de Campo Grande (3,83%), Rio de Janeiro (3,89%), Rio Branco (4,01%), Belo Horizonte (4,36%), Salvador (4,39%) e Brasília (4,44%).



Fonte: Notícias ao Minuto

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