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Economia

Dólar fecha em forte alta e Bolsa cai com cautela sobre guerra de tarifas entre EUA e China

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar fechou em forte alta de 0,91% nesta quinta-feira (10), cotado a R$ 5,897, com o mercado atento à escalada da guerra de tarifas entre Estados Unidos e China.

A cautela foi global e se sobrepôs à euforia da véspera, quando o presidente Donald Trump anunciou uma pausa parcial de 90 dias na imposição de tarifas retaliatórias a dezenas de países.
Como resultado, índices acionários pelo mundo registraram forte queda. A Bolsa brasileira fechou com perdas de 1,12%, a 126.354 pontos.

Em Wall Street, o S&P500 caiu 3,46% e o Nasdaq Composite, 4,31%. O Dow Jones ainda registrou perdas de 2,50%.

Trump aumentou a pressão sobre a China nesta semana. Em postagem na rede Truth Social na quarta, o republicano anunciou encargos de 125% para produtos do país asiático, em retaliação às medidas de Pequim. Agora, a soma total é de uma sobretaxa de 145% , afirmou a Casa Branca.

Ele chegou a dizer que a decisão é com base na “falta de respeito que a China tem demonstrado aos mercados mundiais” e que, “esperançosamente”, Pequim irá perceber “que os dias de exploração dos EUA e de outros países não são mais sustentáveis ou aceitáveis”.

As duas maiores economias do mundo estão em cabo de guerra desde quarta-feira da semana passada, 2 de abril, quando Trump tornou o tarifaço público. Inicialmente, a China seria taxada em 34%, além do piso básico de 10% para todas as importações que chegam aos EUA e de outras tarifas impostas ao país asiático ao longo dos últimos três meses.

Pequim, em resposta, replicou com tarifas da mesma magnitude. Trump, então, subiu a régua para 50% caso a retaliação não fosse suspensa, levando o montante total a 104%. Pequim não recuou. Pelo contrário: aumentou as taxas sobre os EUA para 84%, o que culminou nos encargos de 125% anunciados por Trump na quarta.

O porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yongqian, disse que o país “seguirá até o fim” se os EUA insistirem em seu próprio caminho e que a porta está aberta para o diálogo, contanto que ele seja baseado em respeito mútuo. Já Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse que a China não irá recuar.

Trump, em entrevista, repetiu que não descarta um acordo com a China nem um encontro com o líder chinês Xi Jinping, a quem classificou como “uma das pessoas mais inteligentes do mundo”, que “sabe o que tem que ser feito”.

“Acho que o presidente Xi é um cara muito inteligente e acho que vão acabar fazendo um ótimo acordo para os dois [países]”, disse no Salão Oval da Casa Branca.

O foco das negociações, no entanto, está direcionado a países como Vietnã, Japão e Coreia do Sul.

Especialistas alertam que a escalada tarifária pode ter consequências profundas na economia mundial. É esperado que o comércio internacional sofra um baque com as tarifas, o que pode afetar o crescimento econômico dos países mais afetados.

No caso dos norte-americanos, o choque tarifário também afeta a cadeia produtiva doméstica, o que pode aumentar a inflação enquanto a economia desacelera. Esse cenário leva o nome de “estagflação”, isto é, quando os preços sobem e a atividade fica estagnada.

Segundo análises do banco JPMorgan, o tarifaço elevou os riscos de uma recessão global e dos Estados Unidos de 40% para 60% em apenas uma semana. Já a diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Ngozi Okonjo-Iweala, disse que, com a guerra de tarifas, o comércio entre China e Estados Unidos pode diminuir em até 80%, resultando em uma queda de 7% no PIB global.

“Dado que o atual cenário é bastante danoso tanto para a economia americana quanto a chinesa, esperamos que eventualmente algum acordo seja feito. Entretanto, não esperamos uma reversão tão rápida no curto prazo”, diz André Valério, economista sênior do Inter.

A escalada entre chineses e norte-americanos também respinga no Brasil dada a exposição do país a commodities, cujo maior mercado consumidor é a China. Com a visão de uma economia prejudicada pela escalada tarifária, a expectativa é que Pequim consuma menos matérias-primas, especialmente petróleo e minério de ferro, dois grandes componentes da balança comercial brasileira.

Por outro lado, Trump recuou na aplicação de tarifas recíprocas para países específicos, que agora serão taxados em 10% durante os três meses de pausa.

Canadá e México serão os únicos isentos da taxação linear porque foram alvo de alíquotas de 25% sobre boa parte dos seus bens, anunciadas em fevereiro por Trump, que seguem valendo. Os impostos de 25% para importação aos EUA de aço e alumínio também permanecem em vigor.

Questionado porque mudou a posição anterior de “não pausar” as tarifas, o republicano afirmou que algumas pessoas estavam ficando “nervosas, assustadas”.

Segundo jornais americanos, foi a volatilidade do mercado interno e externo, incluindo a liquidação de títulos do Tesouro americano, que levou Trump a recuar nas taxas. O presidente foi alertado por parlamentares sobre o risco de recessão e a queda contínua de Bolsas pelo mundo.

O choque tarifário apresentado na semana passada causou turbulência nos mercados globais, que nos últimos dias registraram perdas de trilhões de dólares em ações. Houve, ainda, um forte movimento de venda de títulos do Tesouro americano e queda acentuada nos preços do petróleo.

O recuo levou os índices de Wall Street às alturas: o S&P 500, referência das ações americanas, fechou em alta de 9%, enquanto o Nasdaq Composite saltou 12%. Foi o melhor dia do S&P 500 desde 2008 e o maior ganho do Nasdaq desde 2001.

Na visão da analista sênior Ipek Ozkardeskaya, do Swissquote Bank, investidores esperam que essa pausa dê aos países tempo suficiente para renegociar, reorganizar as cadeias de suprimentos e suavizar o choque tarifário.

“Isso é fundamentalmente positivo, independentemente de as tarifas serem aplicadas ou não. Ter tempo para elaborar um Plano B é um presente, mas eu não abriria a champanhe ainda.” Ela pondera que as incertezas irão persistir, mas que a recuperação pode se estender “se Trump puder ficar quieto por alguns dias e deixar o mercado digerir as notícias”.



Fonte: Notícias ao Minuto

Economia

Fazenda defende imposto mínimo para alta renda

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Estudo conduzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aponta que só uma combinação entre desoneração de impostos para as camadas mais pobres da população e tributação mínima dos mais ricos seria capaz de promover progressividade e diminuir a desigualdade de renda no Brasil.

O documento aponta, ainda, para o risco de implementar isoladamente uma medida de ampliação das isenções para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que geraria impacto fiscal negativo e teria o potencial de ampliar a desigualdade.

O documento, apresentado nesta sexta-feira, 13, considera os parâmetros do governo para a reforma da renda. O projeto, encaminhado ao Congresso em março, prevê a ampliação da faixa de isenção do IRPF para quem ganha até R$ 5 mil por mês e uma alíquota reduzida para vencimentos de até R$ 7 mil mensais. Essa renúncia é compensada com a tributação da alta renda, fixando um imposto mínimo que chega a 10%, mirando um público que ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano.

“Os resultados sugerem que, relativamente ao cenário atual do IRPF, quando se considera toda a população adulta, enquanto a medida de isenção e descontos apresentaria leve efeito de ampliar a desigualdade, uma vez que a base da distribuição de renda já é desonerada, a reforma conjunta, com desoneração e imposto mínimo, por sua vez, reverteria esse pequeno aumento e produziria queda na desigualdade frente ao cenário atual. Portanto, apenas no cenário em que se corrige parcialmente a regressividade da tributação via IRPF no topo da distribuição é que se obtém impactos virtuosos sobre a desigualdade de renda no Brasil”, diz o estudo.

Propostas

Relator do projeto que aumenta a faixa de isenção do IR, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou no fim do mês passado que existem “propostas reprodutivas” sugeridas por partidos para compensar a ampliação da isenção do Imposto de Renda. Ele citou, por exemplo, a medida levantada pelo seu partido para reduzir de forma linear as isenções tributárias concedidas pela União. À época, Lira disse que é preciso ainda resolver questões referentes às perdas aos cofres públicos dos Estados e municípios com a aprovação do projeto.

De acordo com cálculos da equipe econômica, a estimativa de renúncia fiscal prevista para 2026 com o projeto do IR é de R$ 25,84 bilhões. Os números consideram a isenção integral para quem recebe até R$ 5 mil, além do desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da isenção, o governo propôs a tributação mínima das altas rendas, que vai possibilitar uma ampliação de receita de R$ 25,22 bilhões para 2026. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Fonte: Notícias ao Minuto

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Executivo e Congresso podem discordar, mas conflito não pode virar crise, diz Haddad

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao impasse sobre a MP do aumento de impostos no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é natural que o Executivo e parlamentares tenham visões diferentes, mas que esse conflito não pode se transformar em uma crise institucional.

Haddad participou, na noite desta sexta-feira (13), de um encontro organizado pelo Grupo Prerrogativas, que tem promovido reuniões informais entre ministros e secretários do governo com empresários e membros da sociedade civil.

Para o ministro, o atual impasse sobre as medidas de ajuste fiscal não pode virar uma espécie de jogo de empurra em que governo e Congresso tentam fazer com que o outro resolva o problema. “Daí não tem solução”, afirmou.

Haddad também disse que a reunião que ele teve com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB) no domingo (8) foi “espetacular”, mas em seguida disse que ao longo da semana isso “se reverteu”.

Ao ser questionado por um dos convidados se o governo vai aumentar os gastos no último ano de mandato, Haddad disse que não tem ambiente político para isso e que o arcabouço fiscal não permitiria uma mudança muito abrupta nos gastos do governo.

Ele também afirmou que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) houve expansão fiscal no último ano e, mesmo assim, ele perdeu a reeleição. “Não vai ser o tamanho do déficit que vai definir eleição.”



Fonte: Notícias ao Minuto

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Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270

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O rendimento médio dos brasileiros chegou a R$ 3.270 no quarto trimestre de 2024, o maior já registrado no país. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (13), são do boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  

De acordo com o levantamento, entre 2014 e 2022, o rendimento médio no país manteve-se praticamente estável, com exceção dos anos 2020 e 2021, impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022 até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio das pessoas ocupadas, que chegou a R$ 3.270 mensais no quarto trimestre de 2024.

O boletim destaca porém que, embora o crescimento médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%, entre 2022 e 2024, para todas as faixas de renda, os que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de R$ 901 mensais. 

O levantamento mostra ainda que quase um terço dos ocupados, no último trimestre de 2024, continuava a receber, no máximo, um salário mínimo, enquanto os preços de itens básicos de consumo cresciam em ritmo mais acelerado do que a média da inflação, afetando diretamente os mais pobres.

“Por isso, políticas que incentivem a criação de empregos formais, a valorização do salário mínimo e o uso de instrumentos de negociação coletiva são fundamentais para a melhoria da vida dos brasileiros”, destaca o texto.



Fonte: Notícias ao Minuto

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