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Em Londres, casa protegida pelo patrimônio histórico é renovada por Arthur Casas

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Em Londres, uma casa protegida pelas mais rigorosas leis do patrimônio histórico recebe, do Studio Arthur Casas, os confortos do novo milênio Vestir de contemporaneidade uma casa erguida em 1822 já seria desafio suficiente para qualquer arquiteto. Mas a residência no Regent’s Park – um dos parques reais mais antigos da Grã-Bretanha –, no distrito de Westminster, em Londres, habitada por um casal com dois filhos pequenos, impunha o rol mais draconiano de restrições exigido pelas leis que regem o patrimônio histórico da Inglaterra. Por um longo tempo, houve intensas reuniões entre o Studio Arthur Casas (listado no Casa Vogue 50) e os órgãos de preservação, responsáveis por aprovar previamente cada intervenção. Os desafios não pararam por aí. “A construção, feita basicamente de madeira e gesso, tinha uma estrutura muito frágil. Pouco depois da compra, o telhado cedeu devido às chuvas”, conta Arthur. “A partir de então, o projeto ganhou ainda mais complexidade do que as leis de tombamento já impunham.” Paredes do térreo e do primeiro andar não puderam ser modificadas ou demolidas. Apenas no subsolo e nos dois últimos pavimentos o arquiteto contou com alguma flexibilidade.
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No home theater, poltrona MP43 Mirage, de Percival Lafer, na Herança Cultural, e sofá Asolo, design Antonio Citterio para a Flexform – ao fundo, no living, poltrona Bowl, design Lina Bo Bardi para a Arper, na Artemest
Frederik Vercruysse/divulgação
Os moradores já eram conhecidos do escritório – o lar paulistano da família também fora desenhado pela equipe de Arthur Casas, que fincou bandeira em terras inglesas pela primeira vez com a reforma da townhouse adquirida em 2021. Transpostas as limitações exigidas pelo patrimônio, era hora de adequar os espaços à extensa coleção de arte da dona da casa, curadora de museus, que privilegia pintoras. “Desde o início, pensamos em uma espécie de tela em branco para acomodar o acervo. A linguagem neutra foi essencial para criar esse pano de fundo silencioso”, avalia o arquiteto. Coleção, diga-se, em expansão permanente, o que exigiu grandes superfícies de parede cobertas de tons suaves e iluminação uniforme sobre as obras.
A linguagem neutra foi essencial para criar esse pano de fundo silencioso
Na sala de café da manhã, mesa da coleção Eros, de Angelo Mangiarotti, reeditada pela Agapecasa, cadeiras Botolo, design Cini Boeri para a Arflex, e cristaleira Silent, da coleção Time & Style, da De Padova
Frederik Vercruysse/divulgação
Na sala de jantar, mesa de Arthur Casas, cadeiras Flair O’, design Monica Armani para a B&B Italia, aparador da coleção Eros, de Angelo Mangiarotti, reeditado pela Agapecasa, e pendente Hydra, de Alexandre Logé
Frederik Vercruysse/divulgação
Na cozinha, a proprietária arranja flores envolta por marcenaria da Boffi
Frederik Vercruysse/divulgação
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Com 610 m² de área construída, a morada se distribui em dois volumes: o principal e uma edícula ao fundo, antiga cocheira. No térreo, ficam sala de jantar, tea room e uma cozinha que se conecta ao cômodo destinado ao café da manhã – um terraço com cobertura de vidro e vista para o jardim. No primeiro pavimento distribuem-se o living e o home theater, enquanto os superiores são reservados à intimidade da família: suíte máster no terceiro andar e dois dormitórios para os filhos no quarto. Completa o programa o subsolo, com copa para os trabalhadores, sala de estudos e de TV.
A aliança perfeita entre os sécs. 19 e 21 é pontuada pelo talento feminino no design e nas artes – tudo brindado pelo charme inglês
Vista de parte das 20 casas geminadas da Regent’s Park Townhouse
Frederik Vercruysse/divulgação
Perspectiva externa da sala de café da manhã, abrigada por panos de vidro
Frederik Vercruysse/divulgação
Em quase todos os ambientes, o mobiliário brasileiro comparece – e, desde que viu o primeiro desenho em 3D, a moradora acrescentou designers mulheres ao acervo da família em terras britânicas. As poltronas Bowl, de Lina Bo Bardi, e La Cachette, de Charlotte Perriand, no living, e as cadeiras Botolo, de Cini Boeri, na área de café da manhã, travam diálogo com artistas como a brasileira Judith Lauand, a belga Jane Graverol e a americana radicada na Inglaterra Issy Wood.
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Cama Biombo, design Patricia Urquiola para a Cassina, com roupa de cama da Frette, e mesa lateral desenhada por Arthur Casas
Frederik Vercruysse/divulgação
Telas da coleção de arte da moradora preenchem as paredes do hall de entrada
Frederik Vercruysse/divulgação
Mármores da Salvatori e metais da Vola integram o banheiro da suíte principal
Frederik Vercruysse/divulgação
Entre as restrições estabelecidas pelo patrimônio, a fachada não poderia sofrer alteração, limitação que se estendia até mesmo a qualquer intervenção feita no interior, caso comprometesse o layout original e pudesse ser vista das janelas. Ainda assim, a casa citadina recebeu espaços fluidos e funcionais, instalações de aquecimento central, sistema de ar condicionado e automação. Aliança perfeita entre os sécs. 19 e 21, pontuada pelo talento feminino no design e nas artes – tudo brindado pelo charme inglês.
*Matéria originalmente publicada na edição de maio/2025 da Casa Vogue (CV 472), disponível em versão impressa, na nossa loja virtual e para assinantes no app Globo Mais.
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Fonte: Casa Vogue

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