Conecte-se conosco

Economia

Europa anuncia retaliação a tarifas de Trump, com big techs e bancos americanos na mira

Publicado

sobre



BERLIM, ALEMANHA (FOLHAPRESS) – No que chamou de “Dia da Libertação”, Donald Trump anunciou 20% de tarifa linear sobre todos os produtos importados da União Europeia. O bloco, “muito duro nas negociações”, em sua descrição, foi colocado quase no topo da lista de países que mostrou em cartaz, nesta quarta-feira (2), nos jardins da Casa Branca, atrás apenas da China, que foi retaliada em 37%.

A reação europeia, que aguardava uma sobretaxa ainda mais alta, de até 25%, deve ser anunciada na manhã desta quinta-feira (2) pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. No Reino Unido, o secretário de Negócios pediu calma. “Os EUA são nosso aliado mais próximo, portanto, nossa abordagem é manter a calma e o compromisso de fazer esse acordo, que esperamos que atenue o impacto do que foi anunciado hoje”, declarou Jonathan Reynolds.

Segundo um porta-voz, a retaliação deve incluir também a resposta do continente para os 25% sobre a importação de automóveis, que afetam sobretudo as montadoras alemãs, responsáveis por entregar 445 mil carros no valor de US$ 24,8 bilhões apenas no ano passado. Também está nos planos de Bruxelas responder às tarifas sobre aço e alumínio, que já estão em vigor.

A comissão tem ainda uma lista de 99 páginas de mercadorias que está sob consulta de países-membros e empresas da UE e deve engordar a retaliação nas próximas semanas.

Em janeiro, pouco depois da posse de Trump, Von der Leyen chegou a afirmar que um acordo negociado seria possível entre dos dois lados do Atlântico, como, por exemplo, a UE comprar mais gás dos EUA, algo que já vem ocorrendo desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022, mas poderia ser feito em volume maior.

Com os insistentes sinais de intolerância do presidente americano, o discurso da presidente da Comissão Europeia foi mudando de tom. Nesta semana, ela afirmou no Parlamento Europeu que o bloco tinha “muitas cartas” na mão e um “plano sólido” para reagir ao aguardado tarifaço do presidente americano.

Entre as cartas está a Lei de Mercados Digitais (DMA), que entrou em vigor em 2022 e tem como objetivo garantir que as maiores empresas de tecnologia não inviabilizem rivais menores. Em tese, o bloco poderia multar Apple e Meta, proprietária do Facebook, nos próximos dias por supostamente violar suas regras.

“Começa a parecer que o DMA é uma espécie de taxação sobre as empresas americanas”, afirmou Andrew Ferguson, presidente da Comissão Federal de Comércio dos EUA, em um seminário nesta quarta-feira (2). A legislação é preocupação antiga das big techs e estaria entre os motivos da aproximação do setor com Trump pouco antes de sua posse.

Bruxelas tem ainda outras opções de revide: restringir atuação de banco em negócios na Europa, impedir que empresas americanas participem de licitações para contratos com o governo europeu e até limitar direitos de propriedade intelectual.

O setor de serviços é um dos poucos em que os EUA têm superávit comercial, EUR 110 bilhões (R$ 664 bilhões), segundo dados da UE.

Se o cardápio de opções é variado, o problema é o consenso entre os 27 países sobre quais ferramentas são mais adequadas. França e Itália, por exemplo, temem retaliações específicas contra a indústria de vinhos, já ameaçada com tarifa de 200% por Trump, e a Irlanda quer evitar um êxodo de multinacionais americanas que usam o país como sede na Europa.

Em entrevista ao Financial Times, Giorgia Meloni declarou que a “UE não deveria ser infantil” em sua reação. A premiê italiana se coloca como interlocutora do presidente americano, apesar de o bloco não lhe conferir tal status. Após o anúncio de Trump, declarou que as sobretaxas eram um erro e que era preciso evitar uma guerra comercial.

As autoridades europeias avaliam ainda uma ferramenta comercial extrema, o Instrumento Anti-Coerção, também chamado de “bazuca”, que foi idealizado durante o primeiro mandato de Trump. Ele concede amplos poderes para a UE enfrentar uma guerra comercial, com cotas, tarifas e até mesmo restrições ao investimento estrangeiro. Outra opção radical seria barrar os bancos americanos do mercado de compras públicas na Europa, que gira em torno de EUR 2 trilhões (R$ 9,67 trilhões).



Fonte: Notícias ao Minuto

Economia

Fazenda defende imposto mínimo para alta renda

Publicado

sobre



Estudo conduzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda aponta que só uma combinação entre desoneração de impostos para as camadas mais pobres da população e tributação mínima dos mais ricos seria capaz de promover progressividade e diminuir a desigualdade de renda no Brasil.

O documento aponta, ainda, para o risco de implementar isoladamente uma medida de ampliação das isenções para o Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), que geraria impacto fiscal negativo e teria o potencial de ampliar a desigualdade.

O documento, apresentado nesta sexta-feira, 13, considera os parâmetros do governo para a reforma da renda. O projeto, encaminhado ao Congresso em março, prevê a ampliação da faixa de isenção do IRPF para quem ganha até R$ 5 mil por mês e uma alíquota reduzida para vencimentos de até R$ 7 mil mensais. Essa renúncia é compensada com a tributação da alta renda, fixando um imposto mínimo que chega a 10%, mirando um público que ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano.

“Os resultados sugerem que, relativamente ao cenário atual do IRPF, quando se considera toda a população adulta, enquanto a medida de isenção e descontos apresentaria leve efeito de ampliar a desigualdade, uma vez que a base da distribuição de renda já é desonerada, a reforma conjunta, com desoneração e imposto mínimo, por sua vez, reverteria esse pequeno aumento e produziria queda na desigualdade frente ao cenário atual. Portanto, apenas no cenário em que se corrige parcialmente a regressividade da tributação via IRPF no topo da distribuição é que se obtém impactos virtuosos sobre a desigualdade de renda no Brasil”, diz o estudo.

Propostas

Relator do projeto que aumenta a faixa de isenção do IR, o ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou no fim do mês passado que existem “propostas reprodutivas” sugeridas por partidos para compensar a ampliação da isenção do Imposto de Renda. Ele citou, por exemplo, a medida levantada pelo seu partido para reduzir de forma linear as isenções tributárias concedidas pela União. À época, Lira disse que é preciso ainda resolver questões referentes às perdas aos cofres públicos dos Estados e municípios com a aprovação do projeto.

De acordo com cálculos da equipe econômica, a estimativa de renúncia fiscal prevista para 2026 com o projeto do IR é de R$ 25,84 bilhões. Os números consideram a isenção integral para quem recebe até R$ 5 mil, além do desconto parcial para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da isenção, o governo propôs a tributação mínima das altas rendas, que vai possibilitar uma ampliação de receita de R$ 25,22 bilhões para 2026. 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.



Fonte: Notícias ao Minuto

Continue Lendo

Economia

Executivo e Congresso podem discordar, mas conflito não pode virar crise, diz Haddad

Publicado

sobre



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em meio ao impasse sobre a MP do aumento de impostos no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que é natural que o Executivo e parlamentares tenham visões diferentes, mas que esse conflito não pode se transformar em uma crise institucional.

Haddad participou, na noite desta sexta-feira (13), de um encontro organizado pelo Grupo Prerrogativas, que tem promovido reuniões informais entre ministros e secretários do governo com empresários e membros da sociedade civil.

Para o ministro, o atual impasse sobre as medidas de ajuste fiscal não pode virar uma espécie de jogo de empurra em que governo e Congresso tentam fazer com que o outro resolva o problema. “Daí não tem solução”, afirmou.

Haddad também disse que a reunião que ele teve com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos – PB) no domingo (8) foi “espetacular”, mas em seguida disse que ao longo da semana isso “se reverteu”.

Ao ser questionado por um dos convidados se o governo vai aumentar os gastos no último ano de mandato, Haddad disse que não tem ambiente político para isso e que o arcabouço fiscal não permitiria uma mudança muito abrupta nos gastos do governo.

Ele também afirmou que durante o governo de Jair Bolsonaro (PL) houve expansão fiscal no último ano e, mesmo assim, ele perdeu a reeleição. “Não vai ser o tamanho do déficit que vai definir eleição.”



Fonte: Notícias ao Minuto

Continue Lendo

Economia

Rendimento médio dos brasileiros chega a R$ 3.270

Publicado

sobre



O rendimento médio dos brasileiros chegou a R$ 3.270 no quarto trimestre de 2024, o maior já registrado no país. Os dados, divulgados nesta sexta-feira (13), são do boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).  

De acordo com o levantamento, entre 2014 e 2022, o rendimento médio no país manteve-se praticamente estável, com exceção dos anos 2020 e 2021, impactados pela crise pandêmica. No entanto, de 2022 até 2024, houve aumento de 7,5% no rendimento médio das pessoas ocupadas, que chegou a R$ 3.270 mensais no quarto trimestre de 2024.

O boletim destaca porém que, embora o crescimento médio do rendimento tenha ficado em torno de 7,5%, entre 2022 e 2024, para todas as faixas de renda, os que ganhavam menos foram menos beneficiados. Para os ocupados com os menores rendimentos, o aumento foi equivalente a R$ 76 mensais. Já para os 10% com maiores rendimentos, o ganho foi 12 vezes maior: de R$ 901 mensais. 

O levantamento mostra ainda que quase um terço dos ocupados, no último trimestre de 2024, continuava a receber, no máximo, um salário mínimo, enquanto os preços de itens básicos de consumo cresciam em ritmo mais acelerado do que a média da inflação, afetando diretamente os mais pobres.

“Por isso, políticas que incentivem a criação de empregos formais, a valorização do salário mínimo e o uso de instrumentos de negociação coletiva são fundamentais para a melhoria da vida dos brasileiros”, destaca o texto.



Fonte: Notícias ao Minuto

Continue Lendo

Recentes

Copyright © 2025 Direitos Reservados - Grandes Obras